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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Para tucano, Marta foi "infeliz" ao dizer que vitória do PSDB ameaça estabilidade política
"Discurso do medo" revela PT antidemocrático, diz Serra
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato a prefeito do PSDB
em São Paulo, José Serra, disse
ontem que a prefeita Marta Suplicy (PT) foi "infeliz" ao afirmar
que a vitória tucana na capital
ameaça a estabilidade política do
país. O candidato evitou comentar os motivos que podem ter levado a prefeita Marta a endurecer
os ataques ao PSDB anteontem.
Ele, porém, analisou o episódio
como exemplo de ato antidemocrático. "Inegavelmente, um episódio infeliz, porque revela resistência a um dos pilares da democracia, que é a possibilidade da alternância no poder. E ela [Marta]
parece ter resistência a essa idéia."
Questionado se acreditava que
o PSDB passaria a representar o
"medo" nestas eleições, ele respondeu: "Essa coisa de esperança
e medo foi truque eleitoral bastante eficaz na época. Mas, a meu
ver, não dizia muita coisa, e eu
não vou utilizá-lo", declarou.
O bordão "a esperança venceu o
medo" foi usado pelo PT nas eleições presidenciais de 2002 para
responder aos ataques de tucanos
que afirmavam que uma vitória
petista faria o Brasil virar uma Argentina -que amargava sua pior
crise econômica da história.
Estratégia do medo
Serra disse ainda que a estratégia da tese do "medo" nunca foi
usada pelo PSDB. "Nunca foi dito
que, caso o Lula ganhasse, o [ex-presidente] Fernando Henrique
[Cardoso] iria boicotá-lo. Pelo
contrário, o Fernando Henrique
fez a passagem da forma mais civilizada e confortável para o novo
governo. O que está sendo dito
agora é que, se o PSDB ganhar, o
governo Lula vai discriminar São
Paulo, coisa que eu não acredito",
afirmou Serra, em campanha no
bairro Pinheiros (zona oeste).
Nas disputa pela Presidência em
2002, a campanha de Serra levou
ao ar a atriz Regina Duarte afirmando que tinha "medo" de um
eventual governo Lula. Os petistas
reagiram com o slogan a "esperança contra o medo".
Temas
Antes de iniciar os ataques, o
candidato tentou fugir do debate
dizendo aos jornalistas que "esse
debate não leva a nada". Em seguida, Serra convocou a prefeita a
discutir temas que interessam à
população de São Paulo.
Ele mencionou então três pontos: o aumento dos gastos com as
obras dos túneis nos Jardins, que
tiveram os valores aumentados
("elas custavam R$ 150 milhões e
foram revisadas para R$ 220 milhões"), o problema da taxa de iluminação ("todo mundo está pagando, mas em muitas ruas não
tem iluminação pública") e, por
fim, a proposta de municipalização da Sabesp, que, de acordo
com ele, perturbaria a distribuição de água.
(RICARDO BRANDT)
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