DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Após a morte de um sem-terra em agosto, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) intensificou as invasões no Rio Grande do Sul. Em menos de 36 horas, cerca de 800 pessoas promoveram duas invasões.
A primeira foi na sede do Incra Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Porto Alegre, invadido anteontem e que continua em poder do MST. Cerca de 400 sem-terra estão no prédio e os 350 servidores foram dispensados.
A segunda invasão ocorreu na tarde de ontem na fazenda Antoniazzi, em São Gabriel (321 km da capital). Cerca de 450 trabalhadores montaram acampamento na área, que tem 7.000 hectares.
O grupo que invadiu a Antoniazzi é o mesmo que havia invadido a fazenda Southall em agosto, quando o sem-terra Elton Brum da Silva foi morto, baleado durante desocupação pela Brigada Militar, também em São Gabriel.
"A morte do nosso companheiro não alterou a nossa jornada, pois o governo insiste em não mexer nos índices de produtividade e ainda recuou na criação do assentamento para 400 famílias na Antoniazzi", disse Cedenir de Oliveira, um dos líderes do MST no Estado.
"O MST criou um impasse. Não negociamos com eles lá dentro [da sede]", disse o superintendente do Incra-RS, Mozar Dietrich. Acrescentou que a desistência da compra da Antoniazzi é "irreversível" por causa de ações movidas por herdeiros.


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