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CÂMARA
Integrantes permanecerão os mesmos, contrariando sugestão de comissão que investigou suposta tentativa de extorsão
Líderes prorrogam prazo da CPI das obras por 40 dias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vinte dias depois de negar a
prorrogação do prazo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
das Obras Inacabadas na Câmara
dos Deputados, os líderes partidários, por unanimidade, voltaram
atrás e deram mais 40 dias para a
comissão.
A CPI vai continuar com os
mesmos integrantes e presidida
pelo deputado Damião Feliciano
(PMDB-PB), principal acusado
de tentativa de extorsão de empresários para excluir suas empreiteiras das investigações. As
acusações levaram os líderes a
não conceder a prorrogação da
CPI no mês passado.
A comissão de sindicância criada para investigar as acusações
não conseguiu concluir se houve
realmente tentativa de extorsão. A
principal acusação partiu do líder
do PSDB na Câmara, deputado
Jutahy Júnior (BA).
Ele contou que foi procurado
por um empreiteiro, no dia 14 de
setembro, que lhe relatou ter sido
procurado por um emissário da
CPI pedindo R$ 1,5 milhão em
troca de não incluir sua empresa
nas investigações.
Assim como Jutahy, deputados
e outros líderes, que não quiseram ter seus nomes publicados,
também haviam recebido acusações de tentativa de extorsão. Ontem seria o último dia da CPI.
Troca dos integrantes
Juntamente com o pedido de
prorrogação da CPI, a comissão
de sindicância havia proposto a
troca de seus integrantes (18 titulares e 18 suplentes). "Ficou evidente a falta de sintonia entre os
integrantes e a direção [dos trabalhos", o que gerou desorganização
e completa falta de método na
condução das investigações",
concluiu a comissão.
Os líderes partidários se negaram a trocar seus indicados. "Seria expor os deputados a uma execração pública", afirmou o líder
do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
"Não vou trocar os deputados.
Seria uma condenação. Se a comissão de sindicância diz que não
tem provas, por que vou trocar os
integrantes?", argumentou o líder
do PTB, Roberto Jefferson (RJ).
A manutenção da composição
da CPI poderá dificultar os trabalhos, de acordo com a comissão
de sindicância. "Com a mesma
composição, não vai adiantar nada. Não havia sintonia mínima.
Funcionando assim, não levará a
nada", disse o deputado Carlito
Merss (PT-SC).
"Dúvida"
Para prorrogar os trabalhos da
CPI, o presidente da Câmara dos
Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG), líderes partidários e a comissão de sindicância argumentaram que o fim da CPI poderia
favorecer empreiteiras que não
queriam que as investigações fossem realizadas.
"Essa dúvida existe e, em razão
dela, não gostaria de ver a CPI sepultada agora", afirmou Aécio.
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