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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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PAINEL

Vontade política
Se já não bastasse a falta de recursos, um impasse no Congresso tem impedido a aprovação de créditos suplementares de R$ 720 mi que aliviariam a crise de alguns ministérios. Há três semanas, a oposição derruba as sessões da Comissão de Orçamento, impedindo a votação.

Preocupação social
Os R$ 720 mi já foram disponibilizados pela equipe econômica, mas precisam do aval do Congresso. Entre os créditos suplementares, há R$ 270 mi para a Educação custear universidades e bolsas de estudo. Também constam verbas para Cultura e Transportes, entre outros.

Jogo de interesses
A oposição tem duas justificativas para obstruir a Comissão de Orçamento: a) o governo estaria privilegiando administrações do PT na liberação de recursos; b) quer aumentar no Orçamento de 2004 o montante para as emendas parlamentares.

Comboio futebolístico
Os pernambucanos Humberto Costa (Saúde), Eduardo Campos (PSB) e Inocêncio Oliveira (PFL) planejam assistir juntos a Marília X Náutico, pela segunda divisão, na terça-feira. A viagem ao interior paulista será feita no avião de Nelson Piquet.

Mais um para o paredão
Deputados do PT fizeram uma representação interna contra o colega Orlando Desconsi (RS). O petista acusou o relator da medida provisória dos transgênicos, Paulo Pimenta (PT-RS), e o governo de atuar em favor da Monsanto. Desconsi terá de se retratar ou provar as acusações.

Diferentes platéias
Em junho, Lula anunciou para o mês seguinte o início do "espetáculo do crescimento". Dias depois, Palocci disse que ele não tinha data marcada para ocorrer. Agora, enquanto o presidente fala em fim das "vacas magras", o ministro diz que em 2004 não haverá "paraíso orçamentário".

Sirene desligada
Empresas que prestam serviços de ambulância para os hospitais municipais de SP ameaçam cruzar os braços. Reclamam de atrasos de até 60 dias nos pagamentos. Procurada pela Folha, a Secretaria da Saúde preferiu não se manifestar.

Verbas da União
Marta Suplicy chamou os deputados federais do PT para uma reunião hoje à tarde no Palácio das Indústrias, sede da prefeitura paulistana. Na pauta, as emendas do interesse de São Paulo ao Orçamento do governo federal do ano que vem.

Programa complicado
Deputados reclamam que Gushiken (Comunicação de Governo) estaria driblando convite para falar sobre a baixaria na TV. O ministro diz que é só um problema de agenda. Se houver brecha, ouvirá defesa pela retirada da publicidade oficial dos intervalos dos programas denunciados por apologia ao crime.

Acordo de um lado só
A visita de Luiz Marinho (CUT) a Lula, anteontem, provocou um racha nas centrais sindicais. Força Sindical, CAT, CGT e CGTB dizem que havia um acordo para que a proposta de criação de um milhão de empregos temporários fosse feita em conjunto. A CUT nega.

Para os íntimos
Luiz Marinho telefonou horas antes do encontro com Lula para avisar os colegas das outras centrais. Disse que o presidente só convidou a CUT. Em tempo: nos governos anteriores, a CUT criticava os empregos temporários -dizia ser assistencialista.

Visita à Folha
Lars Schmidt Grael, secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Paula Alcântara Pereira, chefe de gabinete.

TIROTEIO

Do senador Romeu Tuma (PFL), sobre a situação financeira da Polícia Federal na administração Lula:
-Enquanto o governo comemora um superávit espetacular, a polícia está em situação de penúria. Tem superintendente colocando chapéu na porta para ver se consegue um dinheirinho para poder trabalhar.

CONTRAPONTO

Então, tá

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) reuniu-se com líderes dos partidos aliados na noite de terça-feira, em Brasília. Discutiram a política macroeconômica do governo Lula, as reformas tributária e da Previdência e, ao final, o troca-troca partidário no Congresso.
Já de saída, numa conversa informal com os parlamentares, Palocci comentou que tem muito mais trabalho e problemas como ministro:
-Às vezes, tenho saudades da época (1999-2000) em que eu era um deputado federal...
Eunício Oliveira, líder do PMDB na Câmara e um dos cotados para uma das vagas na Esplanada na reforma ministerial, não perdeu a chance e retrucou:
-Não seja por isso, ministro. Vamos trocar de lugar agora mesmo. Eu vou para o ministério, e o senhor, para o meu gabinete. Ainda lhe dou, de lambuja, a liderança do PMDB.


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