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Extração na área está suspensa
DA AGÊNCIA FOLHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O plano de manejo da fazenda
Schumann, propriedade onde
ocorreram três mortes na segunda-feira, está suspenso pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de Rondônia
desde 2001. Segundo o gerente-executivo do instituto no Estado,
Osvaldo Pittaluga, isso significa
que a exploração de madeira está
proibida até que a situação seja regularizada. A área teve o plano de
manejo autorizado em 97.
O plano de manejo é uma autorização dada pelo Ibama aos fazendeiros para explorar áreas de
cobertura florestal. Divide-se a
área rural em 30 blocos, explorados alternadamente a cada ano. O
Ibama é o responsável pela fiscalização. O descumprimento implica crime ambiental e a madeira
retirada deve ser reposta.
A abertura de frentes de pecuária em Rondônia aumentou o número de queimadas para abrir
pastagens. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em setembro, Rondônia
foi o Estado com maior número
de focos de incêndio.
O madeireiro Carlos Schumann
afirmou ontem que foi o primeiro
empreendedor a ter plano de manejo aprovado pelo Ibama. O madeireiro diz que investiu R$ 200
mil no projeto, mas não fala o total da área da fazenda Schumann.
Especialista na questão agrária
de Rondônia, o economista e professor de pós-graduação em sociologia da UFS (Universidade
Federal de Sergipe) Eliano Sérgio
Lopes, 54, afirma que a chegada
de madeireiros à região a partir de
meados dos anos 90 acirrou a tensão fundiária no Estado.
"Dada a impunidade e a incapacidade dos governos resolverem
tais conflitos em tempo hábil, esse
tipo de fenômeno foi tomando
maior envergadura até atingir o
grau de profundidade hoje visto."
Segundo ele, a "invasão" trouxe
"graves" consequências para os
antigos moradores da região, para
os imigrantes (principalmente
vindos do Sudeste) e para os recursos naturais da região -com
o desmatamento da floresta.
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