São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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PAINEL

Meio vazio
Os 12 pontos de vantagem de José Serra sobre Marta Suplicy no primeiro Datafolha do segundo turno paulistano contrariam a previsão mais otimista do PT, cujo levantamento interno apontava diferença um pouco abaixo dos dois dígitos.

Meio cheio
A dianteira do tucano é, no entanto, inferior aos 15 pontos que petistas haviam estabelecido como fronteira de um quadro de improvável reversão. "Como está, tem jogo", resume um integrante do governo federal próximo da campanha de Marta.

Prata da casa
Mais do que em ministros e outras estrelas visitantes, a campanha de Marta apostará no trabalho dos vereadores eleitos na tentativa de alavancar a votação da prefeita em seus redutos.

Clarão no gramado
A estratégia dos cabos-vereadores tem mais chance de sucesso na periferia que no centro. Os candidatos petistas enraizados na classe média foram quase todos tratorados por nomes apoiados pela máquina da prefeitura. Agora estão pouco dispostos a "jogar para o time".

Caça ao emergente
A busca petista pelo voto da classe média paulistana, que no primeiro turno tendeu para Serra, vai se concentrar na franja "abastada" da periferia. Em privado, o partido avalia que o restante desse extrato do eleitorado é caso perdido para Marta.

Para somar
Recém-saído da vitoriosa campanha do petista Fernando Pimentel em Belo Horizonte, Augusto Fonseca, marqueteiro de Marta em 2000, reforçará o time reeleitoral da prefeita.

Marcando diferença
Se o PT vai de PMDB no segundo turno em Ribeirão Preto, os tucanos acham que só lhes resta bater em Palocci. Welson Gasparini não se cansa de dizer que, se ganhar, ficará até o final do mandato -o que o petista prometeu e não cumpriu.

Fila de espera
O PFL torce pelo tucano Barjas Negri, secretário da Habitação do governo Alckmin que disputa o segundo turno em Piracicaba. O partido espera herdar a pasta em caso de vitória.

Dicionário eleitoral
No idioma dos arrecadadores de campanha, "papel bordado" quer dizer contribuição. Substitui "verdinhas", que caiu em desuso com a recente prisão de doleiros pela Polícia Federal.

Ninguém é de ferro
A agenda do PT nacional prevê viagens de campanha dos ministros do partido somente depois do feriado desta terça-feira.

Cenário conhecido
Ex-prefeito de Porto Alegre, o ministro Olívio Dutra desdenha dos que antecipam dificuldades para o candidato petista Raul Pont devido à escassez de alianças: "Não há novidade. O PT sempre disputou o segundo turno na cidade tendo contra si a maioria dos outros partidos".

Não rasga dinheiro
Do senador tucano Tasso Jereissati (CE), convencido de que Luizianne Lins, a despeito dos desentendimentos passados, acabará se recompondo com todo o PT no segundo turno da eleição em Fortaleza: "Ela não é chegada a loucuras".

Causa e efeito
Conclusão do Planalto pós-primeiro turno municipal: estão mais indóceis os líderes da base aliada cujos candidatos foram derrotados, como José Múcio (PTB) e Valdemar da Costa Neto (PL). É mais fácil trabalhar com quem se saiu bem na eleição, caso de Pedro Henry (PP).

TIROTEIO


Do deputado federal petista João Alfredo, um dos coordenadores da campanha de Luizianne Lins à Prefeitura de Fortaleza, sobre o atual apoio da direção nacional do PT à candidata, renegada pelo partido e pelo Planalto no primeiro turno:
-Eles serão bem-vindos no palanque. Porém, se pensam que vão tomar as rédeas da campanha estão muito enganados. Nós aqui também temos o nosso núcleo duro.

CONTRAPONTO

Candidato sabonete

Concorrente petista à Prefeitura de Cuiabá (MT), Alexandre César deixou a reunião da Executiva Nacional do partido, na quinta-feira em São Paulo, carregado de pacotes.
Repórteres e correligionários que aguardavam o término do encontro em frente à sede nacional do PT, no centro na capital, ficaram curiosos para descobrir o que ele carregava com tanto cuidado. De início, pensaram em pastas de documentos.
Mas depois perceberam eram artigos de perfumaria, especialidade do comércio instalado na rua onde fica a sede do partido.
Diante da surpresa geral, César tratou de se explicar:
-Calma, pessoal, isso tudo é material de campanha.
Ao notar que ninguém parecia convencido, ele detalhou:
-Minha mãe faz sabonetes em formato de estrela e de coração, símbolos da minha campanha. Não há eleitor que recuse.


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