São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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Pedetista de AL mescla futebol e assistencialismo

DA AGÊNCIA FOLHA

Uma das novas lideranças consolidadas nas eleições deste ano, o radialista e deputado estadual Cícero Almeida (PDT), 46, candidato à Prefeitura de Maceió, mistura as metafóras futebolísticas para falar da política com o assistencialismo -oferece atendimento médido gratuito à população. Ele se define como "um artilheiro" que está na disputa "para classificar o time e ganhar o campeonato".
Almeida foi o candidato mais votado no primeiro turno. Seu adversário na votação decisiva do dia 31 é Alberto Sexta Feira (PSB), que tem o apoio do governador Ronaldo Lessa (PSB).
A condução da campanha de Almeida é feita por um conselho político, formado pelos presidentes dos partidos de sua coligação (PTB, PP, PFL, PSL e PDT). É o grupo que define as questões políticas. O candidato só é chamado quando há uma decisão a tomar.
"Sou o artilheiro. Estou lá para classificar o time e ganhar o campeonato. Eles [o conselho] são a minha defesa, estão lá para resolver tudo", disse o candidato.
A fórmula da candidatura de Almeida é completada por uma aliança com o poder econômico em Alagoas. A candidata à vice-prefeita é a arquiteta Lourdinha Lyra, filha do deputado federal e usineiro João Lyra (PTB-AL).
Apesar da aliança, Almeida faz questão de se dizer um representante dos trabalhadores. Ele afirma que começou a trabalhar aos 9 anos, no sítio de sua família, em Olivença (a 203 km de Maceió).
"Fui encanador, servente, eletricista, taxista, motorista de madame e da rádio Gazeta [emissora que pertence à Organização Arnon de Mello, da família Collor de Mello]. Daí, passei a operador de áudio. Tive a primeira oportunidade como repórter de rádio há 20 anos", disse o candidato.
A carreira política de Almeida teve início há quatro anos, quando ele se elegeu vereador em Maceió. Em 2002, foi eleito deputado estadual. A trajetória política, no entanto, começou a ser delineada há dez anos, quando ganhou um programa de TV e foi convidado pelo Prona a entrar no partido.
Referindo-se a ele na terceira pessoa, o candidato disse acreditar que ainda não era o "momento certo" de entrar na política.
"Seis anos depois, senti que era [o momento certo] e, de forma ousada, como sempre fiz quando pretendi alguma coisa, me lancei candidato a vereador e fui o terceiro mais votado", disse o pedetista, em discurso ensaiado.
Além dos programas de rádio e televisão que mantinha até o início do período de campanha eleitoral, a popularidade de Almeida é cultivada com o serviço de atendimento médico que oferece.
"Montei uma estrutura de atendimento médico à população, que funciona gratuitamente. Temos duas clínicas. A primeira delas já atendeu mais de 40 mil pessoas gratuitamente, bancada por mim", afirmou o candidato.
Sobre um possível apoio a sua candidatura por parte do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), Almeida nega.
"Nunca tive ligação política com ele. Só tive a oportunidade de cumprimentá-lo uma vez, quando ele era presidente da República e visitou Maceió", disse.


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