São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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NORDESTE

João Henrique Carneiro, do PDT, que disputa o 2º turno com César Borges, pode impor maior revés a líder baiano desde 86

Ex-carlista ameaça derrotar ACM em Salvador

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Uma cria do carlismo pode impor ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 77, a sua maior derrota política desde 86, quando o ministro Waldir Pires (Controladoria) foi eleito governador da Bahia ao derrotar o ex-senador Josaphat Marinho por uma diferença de 1,5 milhão de votos.
O deputado estadual João Henrique Carneiro (PDT), 45, que disputa o segundo turno para a Prefeitura de Salvador com o senador César Borges (PFL), 55, começou a sua carreira política no PFL, em 88, dois anos após o seu pai [João Durval Carneiro] deixar o governo da Bahia. Na época, Durval Carneiro foi indicado para disputar o governo pelo senador ACM.
No primeiro turno, Carneiro obteve 43,71% dos votos válidos (526.890), contra 21,95% de Borges (264.355). Derrotados no primeiro turno, Nelson Pellegrino (PT), Lídice da Mata (PSB) e Benito Gama (PTB) já declararam apoio ao deputado.
No PDT desde 94 -antes, passou também pelo PSDB-, João Henrique Carneiro ganhou popularidade ingressando na Justiça com ações contra a criação e o aumento de taxas e impostos.
Caso seja eleito, Carneiro admite, no entanto, a convivência com os tributos. "Vou manter a minha coerência política, histórica e programática. Todas as vezes que a Prefeitura de Salvador e o Estado quiseram implementar a política da escorcha tributária, sempre fui a resistência. Agora, muitas taxas viraram contribuição, foram constitucionalizadas, não posso mais fazer nada", disse.
Carneiro disse também que pretende adotar uma política fiscal agressiva para atrair novas empresas. "Salvador não pode continuar mais sendo a capital brasileira do desemprego."
Uma das propostas de Carneiro mais criticadas pelo senador César Borges é a de cadastrar os desempregados da capital baiana. "Em São Paulo, a Força Sindical já faz o cadastramento. Existem recursos específicos para que nós possamos garantir o vale transporte para as aulas de treinamento e requalificação e o cadastramento dos desempregados."
Segundo Borges, a promessa do seu adversário é demagógica. "Ninguém combate o desemprego com um simples cadastramento. Se fosse assim, seria muito fácil. É preciso atrair empresas e ter um ótimo relacionamento político e empresarial para criarmos mais oportunidades de trabalho."


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