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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Escalada do medo
Depois de dizer que Geraldo Alckmin privatizaria
Petrobras, BB e CEF, a campanha de Lula tenta associar a eventual vitória do tucano a um desastre econômico. Nota assinada pelo coordenador Marco Aurélio
Garcia cita entrevista do ex-secretário paulista Yoshiaki Nakano, apresentado como "potencial ministro
da Fazenda", e diz que o corte de R$ 60 bi sugerido por
ele "paralisaria a máquina administrativa".
As conseqüências, adverte Garcia, seriam a redução
de benefícios de idosos, a interrupção do "processo de
redução da pobreza e da desigualdade" e a recessão.
Em outro boletim, a campanha petista reafirma que
Alckmin fará privatizações e cortará o Bolsa Família
caso eleito, o que o candidato nega que irá fazer.
Pires na mão. Embora
animados com o desempenho
de Alckmin no debate da
Band, os aliados se queixam
de falta de estrutura. Hoje, o
pelotão baiano discute com o
comando nacional ajuda para
colocar o bloco na rua. O PT já
ocupa os muros de Salvador
com a dupla Lula-Wagner.
Calculadora. De acordo
com a Band, foram 72 confrontos diretos -contando
perguntas, respostas, réplicas
e tréplicas- entre Lula e
Alckmin no domingo. Serão
110 no debate da Globo, dia 27.
Último bonde. Na pressa
de ir embora ao final do debate, Lula acabou deixando para
trás Jaques Wagner, Tarso
Genro, Dilma Rousseff e Luiz
Dulci. "Preciso pegar aquele
avião", dizia, aflito, o secretário-geral da Presidência.
Zenbollah. Alckmin fez
uma sessão de acupuntura
antes do debate. "Ele ficou todo espetado", brincou um tucano diante da disposição do
candidato para a batalha.
Trincheira. Arthur Virgílio
se enganou na hora de procurar seu lugar na platéia da
Bandeirantes e acabou na ala
reservada aos petistas. "Vim
parar no meio dos alemães!",
brincou o senador tucano, antes da dar meia-volta.
Quem diria. Pós-debate,
Marta Suplicy fez um quase-elogio ao tucano que a derrotou em 2004. Disse que o governo paulista só não vendeu
ações da Nossa Caixa "porque
o Serra foi lá e pôs o pé".
Cobertor curto. Depois da
abortada venda de ações da
Nossa Caixa, o secretário paulista do Planejamento, Fernando Braga, ensaia uma outra medida que promete gerar
atrito com José Serra: garfar
R$ 500 mi da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo), a título
de empréstimo, na tentativa
de fechar as contas do Estado.
Porta da rua. Presidente
do PPS, Roberto Freire enviará carta a Blairo Maggi aconselhando-o a se desfiliar da legenda para evitar um processo de expulsão. O governador
reeleito de Mato Grosso acaba
de anunciar apoio a Lula.
Ninho. Além de Santa Maria -cidade administrada pelo PT, base eleitoral de Tarso
Genro e palco de vitória de
Alckmin no primeiro turno-,
o tucano acertou com a correligionária Yeda Crusius um
comício em Porto Alegre na
última semana de campanha.
Fenômeno. Ariano Suassuna faz sucesso na campanha
de Eduardo Campos em Pernambuco. No palanque e na
TV, o escritor tem conseguido
blindar o candidato do PSB no
terreno ético ao entoar o samba "Madeira que cupim não
rói", de Antonio Nóbrega.
No improviso. De perna
quebrada, Ana Julia mandou
colocar um toldo sobre a carroceria de uma caminhonete
para fazer campanha de rua.
O veículo da candidata do PT
ao governo do Pará recebeu o
apelido de "Anamóvel".
Calouros. A TV Senado estréia hoje o quadro "Senadores Eleitos" em seu principal
telejornal. A primeira entrevista, com duração de 20 minutos, será com capixaba Renato Casagrande (PSB).
Tiroteio
"Nossa relação com os EUA é boa, mas não temos
medo de criticar a invasão do Iraque. A política
externa do outro candidato é truculenta
com os fracos e submissa com os fortes."
Do chanceler CELSO AMORIM a um repórter que lhe perguntou, encerrado o debate da Bandeirantes, se não temia mal-estar diplomático pelo fato de Lula ter dito que tem mais bom senso do que Bush.
Contraponto
Em primeira mão
Depois de intenso debate na reunião da Executiva Nacional do PT, sexta-feira passada em São Paulo, Ricardo
Berzoini enfim cedeu às pressões para se afastar da presidência do partido na esteira do escândalo do dossiê.
-Preciso de 15 minutos para escrever a carta de desligamento- disse o dirigente, combinando com os colegas
que ele mesmo anunciaria a decisão à imprensa, que
aguardava ansiosa do lado de fora da sede do partido.
Nesse momento, um dos presentes alertou o auditório:
-Segurem o Suplicy!
O senador é conhecido por sair antes das intermináveis
reuniões partidárias para dar entrevistas.
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