São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Escalada do medo

Depois de dizer que Geraldo Alckmin privatizaria Petrobras, BB e CEF, a campanha de Lula tenta associar a eventual vitória do tucano a um desastre econômico. Nota assinada pelo coordenador Marco Aurélio Garcia cita entrevista do ex-secretário paulista Yoshiaki Nakano, apresentado como "potencial ministro da Fazenda", e diz que o corte de R$ 60 bi sugerido por ele "paralisaria a máquina administrativa".
As conseqüências, adverte Garcia, seriam a redução de benefícios de idosos, a interrupção do "processo de redução da pobreza e da desigualdade" e a recessão. Em outro boletim, a campanha petista reafirma que Alckmin fará privatizações e cortará o Bolsa Família caso eleito, o que o candidato nega que irá fazer.

Pires na mão. Embora animados com o desempenho de Alckmin no debate da Band, os aliados se queixam de falta de estrutura. Hoje, o pelotão baiano discute com o comando nacional ajuda para colocar o bloco na rua. O PT já ocupa os muros de Salvador com a dupla Lula-Wagner.

Calculadora. De acordo com a Band, foram 72 confrontos diretos -contando perguntas, respostas, réplicas e tréplicas- entre Lula e Alckmin no domingo. Serão 110 no debate da Globo, dia 27.

Último bonde. Na pressa de ir embora ao final do debate, Lula acabou deixando para trás Jaques Wagner, Tarso Genro, Dilma Rousseff e Luiz Dulci. "Preciso pegar aquele avião", dizia, aflito, o secretário-geral da Presidência.

Zenbollah. Alckmin fez uma sessão de acupuntura antes do debate. "Ele ficou todo espetado", brincou um tucano diante da disposição do candidato para a batalha.

Trincheira. Arthur Virgílio se enganou na hora de procurar seu lugar na platéia da Bandeirantes e acabou na ala reservada aos petistas. "Vim parar no meio dos alemães!", brincou o senador tucano, antes da dar meia-volta.

Quem diria. Pós-debate, Marta Suplicy fez um quase-elogio ao tucano que a derrotou em 2004. Disse que o governo paulista só não vendeu ações da Nossa Caixa "porque o Serra foi lá e pôs o pé".

Cobertor curto. Depois da abortada venda de ações da Nossa Caixa, o secretário paulista do Planejamento, Fernando Braga, ensaia uma outra medida que promete gerar atrito com José Serra: garfar R$ 500 mi da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a título de empréstimo, na tentativa de fechar as contas do Estado.

Porta da rua. Presidente do PPS, Roberto Freire enviará carta a Blairo Maggi aconselhando-o a se desfiliar da legenda para evitar um processo de expulsão. O governador reeleito de Mato Grosso acaba de anunciar apoio a Lula.

Ninho. Além de Santa Maria -cidade administrada pelo PT, base eleitoral de Tarso Genro e palco de vitória de Alckmin no primeiro turno-, o tucano acertou com a correligionária Yeda Crusius um comício em Porto Alegre na última semana de campanha.

Fenômeno. Ariano Suassuna faz sucesso na campanha de Eduardo Campos em Pernambuco. No palanque e na TV, o escritor tem conseguido blindar o candidato do PSB no terreno ético ao entoar o samba "Madeira que cupim não rói", de Antonio Nóbrega.

No improviso. De perna quebrada, Ana Julia mandou colocar um toldo sobre a carroceria de uma caminhonete para fazer campanha de rua. O veículo da candidata do PT ao governo do Pará recebeu o apelido de "Anamóvel".

Calouros. A TV Senado estréia hoje o quadro "Senadores Eleitos" em seu principal telejornal. A primeira entrevista, com duração de 20 minutos, será com capixaba Renato Casagrande (PSB).

Tiroteio

"Nossa relação com os EUA é boa, mas não temos medo de criticar a invasão do Iraque. A política externa do outro candidato é truculenta com os fracos e submissa com os fortes."
Do chanceler CELSO AMORIM a um repórter que lhe perguntou, encerrado o debate da Bandeirantes, se não temia mal-estar diplomático pelo fato de Lula ter dito que tem mais bom senso do que Bush.

Contraponto

Em primeira mão

Depois de intenso debate na reunião da Executiva Nacional do PT, sexta-feira passada em São Paulo, Ricardo Berzoini enfim cedeu às pressões para se afastar da presidência do partido na esteira do escândalo do dossiê.
-Preciso de 15 minutos para escrever a carta de desligamento- disse o dirigente, combinando com os colegas que ele mesmo anunciaria a decisão à imprensa, que aguardava ansiosa do lado de fora da sede do partido.
Nesse momento, um dos presentes alertou o auditório:
-Segurem o Suplicy!
O senador é conhecido por sair antes das intermináveis reuniões partidárias para dar entrevistas.


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