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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin se diz "zen", acusa Lula de mentir e cobra origem de dinheiro
Tucano afirma que externou sentimento de revolta "que estava parado na garganta de todo mundo"
"Eu falo a verdade, frente a frente, não pelas costas", diz tucano comentando fato de petistas dizerem que ele
vai privatizar a Petrobras
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, disse
ontem ter dormido "com a
consciência tranqüila" após o
debate com o petista Luiz Inácio Lula da Silva. "O tom não é
agressivo. Eu estou absolutamente zen, absolutamente
tranqüilo, dormi tranqüilo,
com a consciência tranqüila.
Agora, nós temos de ser verdadeiros, isso sim." Segundo ele,
sua atuação no debate vocalizou o "sentimento do povo".
"Eu quase não consegui andar na rua hoje cedo. Acho que
externei o sentimento de indignação do povo brasileiro. Acho
que isso estava parado na garganta de todo mundo. Fui um
instrumento do povo, mas não
com raiva, mas com indignação. Nós não podemos achar
que o que vem ocorrendo no
Brasil, e não parou de acontecer, seja normal", declarou.
O tucano passou o dia em São
Paulo ontem, em reuniões com
correligionários e gravações de
seus programas de TV. "Essa
mentirada do Lula, pelas costas, de dizer que eu vou privatizar Banco do Brasil, Correios,
Petrobras, Caixa Econômica,
que eu vou acabar com o Bolsa
Família, tudo mentira. Eu falo a
verdade, frente a frente, não
pelas costas. O Lula fugiu do debate no primeiro turno e ontem
não respondeu de onde veio o
dinheiro [do dossiê]."
O candidato recebeu a visita
dos presidentes do PFL, Jorge
Bornhausen, e do PPS, Roberto
Freire. Ambos disseram que ele
venceu a disputa com o petista.
"O Lula se omitiu, mentiu e
perdeu", disse o pefelista.
À noite, Alckmin interrompeu a gravação de programas e
falou dos ataques de Lula. Segundo ele, as declarações do petista "mostram seu desespero".
A decisão de tentar encurralar Lula desde o início do debate foi amadurecida ao longo da
última semana e definida na
quinta-feira pelo candidato e
por seu marqueteiro, Luiz Gonzalez. Alckmin não consultou
os líderes do PSDB nem do PFL
e manteve segredo até o final.
Segundo a Folha apurou, na
quinta-feira, quando os petistas começaram a afirmar que
ele, se eleito, acabaria com o
Bolsa Família e privatizaria a
Petrobras, o tucano decidiu
que o "troco" viria no debate.
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