São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin se diz "zen", acusa Lula de mentir e cobra origem de dinheiro

Tucano afirma que externou sentimento de revolta "que estava parado na garganta de todo mundo"

"Eu falo a verdade, frente a frente, não pelas costas", diz tucano comentando fato de petistas dizerem que ele vai privatizar a Petrobras


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, disse ontem ter dormido "com a consciência tranqüila" após o debate com o petista Luiz Inácio Lula da Silva. "O tom não é agressivo. Eu estou absolutamente zen, absolutamente tranqüilo, dormi tranqüilo, com a consciência tranqüila. Agora, nós temos de ser verdadeiros, isso sim." Segundo ele, sua atuação no debate vocalizou o "sentimento do povo".
"Eu quase não consegui andar na rua hoje cedo. Acho que externei o sentimento de indignação do povo brasileiro. Acho que isso estava parado na garganta de todo mundo. Fui um instrumento do povo, mas não com raiva, mas com indignação. Nós não podemos achar que o que vem ocorrendo no Brasil, e não parou de acontecer, seja normal", declarou.
O tucano passou o dia em São Paulo ontem, em reuniões com correligionários e gravações de seus programas de TV. "Essa mentirada do Lula, pelas costas, de dizer que eu vou privatizar Banco do Brasil, Correios, Petrobras, Caixa Econômica, que eu vou acabar com o Bolsa Família, tudo mentira. Eu falo a verdade, frente a frente, não pelas costas. O Lula fugiu do debate no primeiro turno e ontem não respondeu de onde veio o dinheiro [do dossiê]."
O candidato recebeu a visita dos presidentes do PFL, Jorge Bornhausen, e do PPS, Roberto Freire. Ambos disseram que ele venceu a disputa com o petista. "O Lula se omitiu, mentiu e perdeu", disse o pefelista.
À noite, Alckmin interrompeu a gravação de programas e falou dos ataques de Lula. Segundo ele, as declarações do petista "mostram seu desespero".
A decisão de tentar encurralar Lula desde o início do debate foi amadurecida ao longo da última semana e definida na quinta-feira pelo candidato e por seu marqueteiro, Luiz Gonzalez. Alckmin não consultou os líderes do PSDB nem do PFL e manteve segredo até o final. Segundo a Folha apurou, na quinta-feira, quando os petistas começaram a afirmar que ele, se eleito, acabaria com o Bolsa Família e privatizaria a Petrobras, o tucano decidiu que o "troco" viria no debate.


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