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Gasto "sigiloso" da Presidência soma R$ 3,6 mi
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alvo de uma auditoria em
andamento no TCU (Tribunal de Contas da União) que
já detectou indícios de notas
fiscais "frias" entre os comprovantes de despesas, os
gastos com cartões de pagamento do gabinete da Presidência da República considerados "sigilosos" somaram
R$ 3,6 milhões nos oito primeiros meses deste ano.
Números oficiais mostram
o crescimento nos gastos
com cartões nos últimos
anos: somaram R$ 14,1 milhões em 2004; R$ 21,7 milhões em 2005; e, até agosto
deste ano, se aproximavam
de R$ 21 milhões, no total da
administração direta.
O endereço eletrônico da
CGU nega, porém, detalhes
dos gastos feitos pelo gabinete do presidente. Sobre o
destino de R$ 3,6 milhões,
diz-se que são dados "protegidos por sigilo nos termos
da legislação".
Embora os pagamentos
com cartões tenham sido autorizados no final do governo
FHC, a regra que impôs sigilo aos gastos foi criada no governo Lula, em 2003, pelo
Gabinete de Segurança Institucional.
Criados para cobrir despesas urgentes, os cartões passaram a ser usados com freqüência para saques em dinheiro, cuja falta de transparência foi criticada pelo TCU
em 2004.
Nova auditoria do TCU,
concluída neste ano, cobrou
explicações para gastos de
R$ 608 mil, em um ano e
meio, com bebidas e alimentos "refinados". Técnicos
rastreiam a existência de notas fiscais frias entre os comprovantes de gastos dados
pelo Planalto. O resultado
deve ser divulgado em novembro.
A Casa Civil informou que
aguardará a conclusão da auditoria para se manifestar.
Em 2005, a assessoria da ministra Dilma Rousseff confirmou a existência de notas
frias entre os documentos
que comprovavam a compra
de cartuchos de impressoras
para a Presidência por R$ 3
mil.
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