São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Gasto "sigiloso" da Presidência soma R$ 3,6 mi

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alvo de uma auditoria em andamento no TCU (Tribunal de Contas da União) que já detectou indícios de notas fiscais "frias" entre os comprovantes de despesas, os gastos com cartões de pagamento do gabinete da Presidência da República considerados "sigilosos" somaram R$ 3,6 milhões nos oito primeiros meses deste ano.
Números oficiais mostram o crescimento nos gastos com cartões nos últimos anos: somaram R$ 14,1 milhões em 2004; R$ 21,7 milhões em 2005; e, até agosto deste ano, se aproximavam de R$ 21 milhões, no total da administração direta.
O endereço eletrônico da CGU nega, porém, detalhes dos gastos feitos pelo gabinete do presidente. Sobre o destino de R$ 3,6 milhões, diz-se que são dados "protegidos por sigilo nos termos da legislação".
Embora os pagamentos com cartões tenham sido autorizados no final do governo FHC, a regra que impôs sigilo aos gastos foi criada no governo Lula, em 2003, pelo Gabinete de Segurança Institucional.
Criados para cobrir despesas urgentes, os cartões passaram a ser usados com freqüência para saques em dinheiro, cuja falta de transparência foi criticada pelo TCU em 2004.
Nova auditoria do TCU, concluída neste ano, cobrou explicações para gastos de R$ 608 mil, em um ano e meio, com bebidas e alimentos "refinados". Técnicos rastreiam a existência de notas fiscais frias entre os comprovantes de gastos dados pelo Planalto. O resultado deve ser divulgado em novembro.
A Casa Civil informou que aguardará a conclusão da auditoria para se manifestar. Em 2005, a assessoria da ministra Dilma Rousseff confirmou a existência de notas frias entre os documentos que comprovavam a compra de cartuchos de impressoras para a Presidência por R$ 3 mil.


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