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Candidatos patinam ao falar sobre educação
FABIANE LEITE
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de afirmarem que a
área de Educação é prioridade,
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Geraldo Alckmin (PSDB) patinaram ao falar do tema no debate do último domingo.
Lula usou resultados dos alunos do Estado de São Paulo no
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para criticar Alckmin. Afirmou que SP ficou em
oitavo lugar na avaliação.
O tucano respondeu que o
Enem não é critério para avaliar a Educação do Estado que
governou. "O Enem é para vestibular", disse Alckmin.
A criadora do exame na gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Maria Inês Fini,
professora aposentada da Unicamp, questionou a fala dos
dois candidatos.
"Lula não sabe do que fala. O
Brasil tem experiência maravilhosa que avalia escolas e sistemas que é o Saeb [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica]. O Enem não foi
criado para isso, foi criado para
avaliação individual", disse. "O
candidato Alckmin errou quando disse que o Enem é para fazer vestibular. Em hipótese alguma. O Enem é para apoiar a
reforma do ensino médio. O
Enem é para dar para cada participante uma referencia de auto-avaliação no final da escolaridade básica", continuou.
Ainda segundo Fini, outros
objetivos do Enem são oferecer
às universidades e ao mercado
de trabalho alternativa para
avaliação de candidatos.
Ainda falando de educação,
Alckmin afirmou que a maioria
das escolas estaduais funcionam em turnos de cinco ou seis
horas. O candidato, no entanto,
não mencionou que 167 colégios do Estado têm o chamado
"turno da fome": período de aulas no horário do almoço, criado para dar conta da demanda.
Nessas escolas, os professores
trabalham em três turnos (manhã, almoço e tarde) que têm
apenas três horas e quarenta
minutos de aulas cada. O tucano também omitiu que ainda
há 76 escolas de latão em SP.
Lula também atacou Alckmin afirmando que a cidade de
SP aproveitou apenas 7 milhões das cerca de 30 milhões
de bolsas do ProJovem -programa que dá R$ 100 para que
jovens de 18 a 24 anos concluam o ensino fundamental. A
explicação para o fato é mais
complexa do que o problema
político insinuado pelo petista.
Segundo Ilona Becskeházy, do
Instituto Gestão Educacional, a
grande demanda é pela conclusão do ensino médio. O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da capital paulista, Floriano Pesaro, diz que
chegou a ir ao rádio para chamar estudantes. Mas que R$
100 não é oferta que atraia em
São Paulo.
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