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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Deputados ligam dinheiro do dossiê a jogo do bicho
Integrantes da CPI dizem que fitas indicam que R$ 2.000 podem ter essa origem
"É dinheiro de casa de aposta, bicho e loteria. Parte com certeza é ilícita", afirma petista após reunião com delegado que investiga caso
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
A Polícia Federal tem indícios, segundo afirmaram ontem deputados da CPI dos Sanguessugas, de que parte do dinheiro usado por petistas na
tentativa de compra do dossiê
contra tucanos é de origem ilícita e veio até de bancas do jogo
do bicho do Rio de Janeiro.
Há quase um mês, a PF
apreendeu em um hotel em São
Paulo R$ 1,168 milhão e US$
248,8 mil com Gedimar Passos,
emissário do PT, e Valdebran
Padilha, representante da família Vedoin.
Quatro membros da CPI se
reuniram ontem com o delegado Diógenes Curado Filho, responsável pela investigação.
O deputado Paulo Rubem
Santiago (PT-PE) disse que o
dinheiro teve origem em "caixa
dois, caixa três, caixa quatro".
"É dinheiro não-contabilizado
[que veio de] casa de aposta, bicho e loteria. Parte com certeza
é ilícita", afirmou.
Segundo o deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP), há indícios de que dois maços de notas
de R$ 100, somando R$ 2.000,
vieram do jogo do bicho. Cada
maço estava atado com um extrato emitido por máquina antiga de calcular, como ocorre
nas bancas de apostas.
Abaixo havia um carimbo
identificando caixa 118, em Duque de Caixas (RJ), e caixa 119,
em Campo Grande, no Rio. A
PF, segundo Sampaio, descobriu que não são identificações
de agências bancárias.
"É coisa típica que se adota
em jogo do bicho. Não posso
afirmar que é, mas que há indícios. Disso não tenho a menor
dúvida",disse o deputado.
"Um dinheiro que você não
tem como contabilizar. Fruto
de bingo, de jogo e de tudo que
se puder imaginar", acrescentou Júlio Delgado (PSB-MG).
Ele disse que parte da quantia apreendida era formada por
"notas miúdas" de R$ 5 e R$ 10,
apontando que o dinheiro pode
ter vindo de apostas de jogos.
Para Delgado, a PF não conseguirá identificar grande parte
do dinheiro.
Após uma reunião com o procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar, Delgado
afirmou que o Ministério Público pediu a quebra de sigilo
bancário de sete envolvidos na
negociação do dossiê.
Os alvos são Gedimar, Valdebran, Expedito Afonso Veloso,
ex-diretor do Banco do Brasil,
Freud Godoy, ex-assessor da
Presidência, Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao
governo de São Paulo, Jorge
Lorenzetti e Osvaldo Bargas,
que trabalhavam na campanha
de Luiz Inácio Lula da Silva.
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