São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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entrevista

Servidor diz querer depor no conselho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O servidor do Senado Marcos Santi disse que está disposto a revelar o que sabe sobre as articulações que estariam sendo feitas por Renan Calheiros, para reunir informações sobre colegas e manobrar os processos contra ele no Conselho de Ética. Mas, para isso, ele quer ser convocado pelo conselho. Santi pediu exoneração da Secretaria Geral da Mesa em 28 de agosto acusando a presidência da Casa de manipular informações e o trâmite de processos para favorecer Renan. (ANDREZA MATAIS)

 

FOLHA - O sr. tem pedido aos senadores para depor de novo no conselho ou na Corregedoria. Tem mais coisas a dizer?
MARCOS SANTI -
Já prestei dois depoimentos. Um deles oficialmente ao corregedor do Senado [Romeu Tuma], mas que não se prestou a investigar as denúncias pelas quais pedi minha exoneração. Foi tomado para verificar se eu tinha cometido infração disciplinar [ao denunciar suposto abuso de poder de Renan]. Na semana seguinte, fiz um aditamento juntando cinco informações relacionadas ao processo, mas que não foram investigadas.

FOLHA - Há fatos que não foram revelados até agora?
SANTI -
[Na Corregedoria,] não foi um depoimento completo sobre os fatos que me levaram a pedir exoneração. Acumulei ao longo do processo outros fatos que não vieram a público até agora. Aquele foi um depoimento tomado para me investigar.

FOLHA - Como assim?
SANTI -
O senador Tuma começou a reunião esclarecendo que eu não poderia falar sobre o que tinha conhecimento em função da minha atividade profissional. Por isso não falei. Quero contar o que sei ao conselho ou à própria Corregedoria. Esse episódio foi deixado de lado.

FOLHA - Tuma declarou que o sr. não tinha citado Renan no seu depoimento. É verdade?
SANTI -
Isso pode ser esclarecido pelas notas taquigráficas.

FOLHA - Suas denúncias colocariam Renan em situação mais delicada?
SANTI -
É um juízo que cabe aos parlamentares. A minha obrigação é revelar as coisas que eu sei, mas nas instituições competentes do Senado. Quando disse que juntei cinco documentos ao meu depoimento na Corregedoria é porque é necessário revelar o que tem por trás deles.


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