São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Para tudo

Enquanto o governo tenta se livrar de amarras no andamento das obras públicas, o Ministério Público Federal do Pará prepara nova ação contra o leilão da usina de Belo Monte, previsto para ocorrer ainda neste ano. Os procuradores apontam pressa para iniciar a obra antes das limitações impostas pelo calendário eleitoral de 2010 e falta de clareza sobre os custos. A previsão é que a hidrelétrica, com potencial para ser uma das maiores do mundo, chegue a R$ 30 bi.
A Procuradoria cobra nova rodada de audiências públicas sobre impacto ambiental. Também alega que o Ibama está sendo pressionado pelo Planalto a conceder a licença para a obra, uma das estrelas do PAC.




Cifras. Nem mesmo no governo há consenso sobre o valor da obra no rio Xingu. A Empresa de Pesquisa Energética, que toca o planejamento do setor elétrico, calcula R$ 16 bi. A Eletrobras fala em R$ 20 bi. Empresas que disputarão o certame e as fornecedoras de materiais avaliam R$ 30 bi.

Gigantes. Nesta semana, a Vale anunciou que formará consórcio com CPFL e Neoenergia para disputar o leilão de Belo Monte. Ficariam com 51% do capital. O restante viria de estatais do setor.

Que Ciro... O presidente do PC do B, Renato Rabelo, praticamente declarou o apoio do partido à candidatura de Dilma Rousseff (PT) na festa de aniversário do "comunista" Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional do Petróleo, quinta-feira à noite na Bahia.

...não nos ouça. Embora companheiro de "bloquinho" do também pré-candidato Ciro Gomes (PSB), Rabelo afirmou que a melhor estratégia eleitoral é "demarcar dois campos", o da "continuidade" e o do "retorno ao projeto anterior". E que a ministra da Casa Civil é quem "melhor expressa" a continuidade.

Discurso. Dilma não caiu em cilada durante sua passagem por Salvador. Embora o PT local apostasse numa performance pró-Jaques Wagner, a ministra fez questão de dizer que na Bahia o governo tem dois candidatos: o que está no cargo e o ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB.

Vem cá. Cada vez mais à vontade no figurino de candidata, Dilma pediu um beijo a uma criança ao deixar a igreja do Senhor do Bonfim. Pedido negado. Com as câmeras de olho, a ministra não pensou duas vezes: sorriu e beijou a criança mesmo assim.

Congestionado. Vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP) resolveu lançar seu nome para uma das duas vagas no Senado pelo Paraná. A base de Lula já tem, portanto, três aspirantes ao cargo -os outros dois são o governador Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Para o governo, o PT continua a cortejar Osmar Dias (PDT), cada vez mais inclinado a aceitar a aliança.

Musa. Enlevados com o ingresso de Rita Camata no PSDB, tucanos capixabas farão hoje uma revoada rumo à pequena Venda Nova do Imigrante, terra natal da deputada. O motivo é a comemoração mais tradicional da cidade, a Festa da Polenta.

Cara pálida. Escolhido anteontem em eleição indireta para ocupar o posto de vice-governador de Tocantins, Eduardo Machado (PDT) arrancou risos do público na Assembleia ao declarar que estava ali "em nome do povo".

Blitz. O Conselho Nacional de Justiça inicia ainda neste mês um mutirão da infância e da juventude para verificar as condições de recolhimento de crianças e adolescentes em abrigos de todo o país.

Outro lado. O ex-ministro José Dirceu (PT) nega ter atuado para defender a Celpe, companhia energética de Pernambuco ora na mira da CPI da Conta da Luz na Câmara.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Enquanto o mercado prevê crescimento acima de 5% em 2010, Serra aposta contra e não confia na economia paulista: no Orçamento do Estado, a previsão é de apenas 3,5%.

Do deputado RUI FALCÃO, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, sobre a proposta orçamentária para 2010.

Contraponto

Lé com cré

Durante a votação da reforma eleitoral na Câmara, no mês passado, Chico Alencar (PSOL-RJ) argumentava na tribuna que, àquela altura, "votar alguma coisa já era melhor do que não votar nada", dado o tempo que os deputados haviam dedicado ao assunto. No meio de sua intervenção, resolveu disparar um dito popular:
-Urubu na guerra é frango!
Quando finalmente desceu da tribuna, Alencar foi abordado por um colega, que comentou:
-Belo discurso, Chico! Mas não entendi direito porque você aproveitou para falar da compra dos caças...


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