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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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CASO CC5

CPI vai hoje ao Rio para colher depoimentos

DA SUCURSAL DO RIO

Parlamentares da CPI do Banestado ouvem hoje e amanhã no Rio depoimentos dos acusados no caso do "propinoduto", o suposto esquema de corrupção de fiscais e auditores do Rio, com o envio ilegal de pelo menos US$ 33,6 milhões para contas na Suíça.
O objetivo é investigar se há ligação entre o grupo do Rio e o esquema Banestado -a utilização de contas CC5 para evasão de divisas, com envio de pelo menos US$ 30 bilhões para a agência do Banestado em Nova York, entre 1996 e 1999. "Queremos saber se o grupo do Rio agia sozinho ou se participava de um esquema maior de evasão de divisas", afirmou o vice-presidente da CPI, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).
Outro membro da CPI, o deputado federal Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que a comissão trará ao Rio muitos documentos já obtidos até agora para interrogar sobre eles os acusados do propinoduto. A CPI quer saber, por exemplo, sobre possíveis contas no exterior dos empresários de futebol Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, condenados sob a acusação de atuar como doleiros do esquema. Até agora, 22 pessoas foram condenadas pela Justiça Federal no Rio no caso do propinoduto. Houve recurso ao TRF (Tribunal Regional Federal).
Agendas apreendidas nas empresas de Pitta e Martins -procuradores do atacante Ronaldo e de outros jogadores de futebol- têm dados sobre contas no exterior consideradas suspeitas pela PF. Uma delas é no CBC Bank, em Nova York, anotada numa das agendas ao lado dos nomes "Depolo Corporation" e "Dario".
Segundo a PF, o Dario da agenda seria o doleiro Dario Messer, de quem Pitta e Martins são amigos. Nas agendas, o nome de Messer aparece várias vezes. Ainda segundo a PF, a Depolo teria feito transações com oito contas confiscadas pela Justiça americana. Uma delas seria a da Bradner Investments S.A., empresa também envolvida numa investigação nos EUA sobre lavagem de dinheiro.
A anotação "Bradner" aparece junto de outra conta, no Merchant's Bank, em Nova York, ao lado do nome "Carolina". Para a PF, a mulher é Maria Carolina Nolasco, portuguesa naturalizada americana presa nos EUA sob a acusação de lavagem de dinheiro.
Com o encerramento do primeiro inquérito, a PF continua investigando as ramificações do "propinoduto". Dos condenados em primeira instância, 12 fiscais e auditores estão presos, entre eles, Rodrigo Silveirinha, ex-secretário de Administração Tributária no governo de Anthony Garotinho.
Ao todo, a CPI planeja ouvir no Rio cerca de 20 pessoas. Os depoimentos acontecerão a partir das 14h, na sede do TRF. Está previsto um encontro com policiais federais que investigaram o caso.


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