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CASO CC5
CPI vai hoje ao Rio para colher depoimentos
DA SUCURSAL DO RIO
Parlamentares da CPI do Banestado ouvem hoje e amanhã no
Rio depoimentos dos acusados
no caso do "propinoduto", o suposto esquema de corrupção de
fiscais e auditores do Rio, com o
envio ilegal de pelo menos US$
33,6 milhões para contas na Suíça.
O objetivo é investigar se há ligação entre o grupo do Rio e o esquema Banestado -a utilização
de contas CC5 para evasão de divisas, com envio de pelo menos
US$ 30 bilhões para a agência do
Banestado em Nova York, entre
1996 e 1999. "Queremos saber se o
grupo do Rio agia sozinho ou se
participava de um esquema
maior de evasão de divisas", afirmou o vice-presidente da CPI, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).
Outro membro da CPI, o deputado federal Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que a comissão trará ao Rio muitos documentos já obtidos até agora para
interrogar sobre eles os acusados
do propinoduto. A CPI quer saber, por exemplo, sobre possíveis
contas no exterior dos empresários de futebol Reinaldo Pitta e
Alexandre Martins, condenados
sob a acusação de atuar como doleiros do esquema. Até agora, 22
pessoas foram condenadas pela
Justiça Federal no Rio no caso do
propinoduto. Houve recurso ao
TRF (Tribunal Regional Federal).
Agendas apreendidas nas empresas de Pitta e Martins -procuradores do atacante Ronaldo e
de outros jogadores de futebol-
têm dados sobre contas no exterior consideradas suspeitas pela
PF. Uma delas é no CBC Bank, em
Nova York, anotada numa das
agendas ao lado dos nomes "Depolo Corporation" e "Dario".
Segundo a PF, o Dario da agenda seria o doleiro Dario Messer,
de quem Pitta e Martins são amigos. Nas agendas, o nome de Messer aparece várias vezes. Ainda segundo a PF, a Depolo teria feito
transações com oito contas confiscadas pela Justiça americana.
Uma delas seria a da Bradner Investments S.A., empresa também
envolvida numa investigação nos
EUA sobre lavagem de dinheiro.
A anotação "Bradner" aparece
junto de outra conta, no Merchant's Bank, em Nova York, ao
lado do nome "Carolina". Para a
PF, a mulher é Maria Carolina
Nolasco, portuguesa naturalizada
americana presa nos EUA sob a
acusação de lavagem de dinheiro.
Com o encerramento do primeiro inquérito, a PF continua investigando as ramificações do
"propinoduto". Dos condenados
em primeira instância, 12 fiscais e
auditores estão presos, entre eles,
Rodrigo Silveirinha, ex-secretário
de Administração Tributária no
governo de Anthony Garotinho.
Ao todo, a CPI planeja ouvir no
Rio cerca de 20 pessoas. Os depoimentos acontecerão a partir das
14h, na sede do TRF. Está previsto
um encontro com policiais federais que investigaram o caso.
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