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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Ocidente e a revolta
A BBC transmitiu ao vivo a
"derrota" de Tony Blair no
parlamento britânico, primeira
desde que ele chegou ao poder.
Era um esforço do primeiro-ministro para limitar os direitos
civis, no combate ao terrorismo
islâmico. Perdeu, mas avisou na
manchete do site do "Guardian"
que não, ele não vai "renunciar".
Do outro lado do Atlântico, a
CNN já transmitia ao vivo da
Jordânia, e a manchete no site
do "New York Times" bradava:
- Pelo menos 18 são mortos
por terroristas suicidas em Amã.
Na França, as manchetes eram
outras, mas na mesma direção.
O ministro Nicolas Sarkozy,
do Interior, cobrou a expulsão
dos estrangeiros envolvidos nos
atos de violência dos últimos
dias, basicamente islâmicos.
Foi a manchete nos sites do
"Le Figaro" e do "Libération",
mas o moderado "Le Monde"
falou da extensão do toque de
recolher pelo país -e só citou a
idéia de Sarkozy de passagem.
É reflexo do que acontece na
TV francesa, segundo a Reuters:
- Os espectadores franceses
que esperam se informar sobre
o pior levante civil do país em
décadas têm recebido pouca ou
nenhuma cobertura das redes.
Os dois canais de notícias, LCI
e i-Tele, cobrem amplamente,
mas nas redes TF1, France 2,
France 3, nada. Do diretor de
jornalismo da TF1, a Globo de lá:
- Nós estamos mais do que
nunca conscientes de nossas
responsabilidades -com uma
situação complexa como esta.
Diz que a televisão quer evitar
sensacionalismo e voyeurismo.
A CONCLUSÃO
E terminou, em parte ao menos, a novela que ocupou
mídia e blogosfera dos EUA por meses. No final da tarde
de ontem, o site do "NYT" entrou com a submanchete
"Times e repórter chegam a acordo sobre sua saída". Foi
um acerto financeiro alcançado após "duas semanas de
negociação sobre a conclusão do episódio tumultuado".
Para quem não lembra, a repórter publicou, entre outras,
as reportagens que justificaram a invasão do Iraque.
Mas de novo o "NYT" entrou atrasado com a notícia de
si mesmo, anunciada antes no blog de Jim Romenesko,
com o próprio e-mail interno do editor-chefe do jornal.
Cotidiano
Ontem na crise, as manchetes
seqüenciais abriram o dia pelo
ex-ministro Anderson Adauto,
dizendo que "as campanhas no
Brasil sempre" tiveram caixa
dois. Depois subiu a aprovação
da cassação de Romeu Queiroz.
Mais tarde, o arquivamento da
cassação de Sandro Mabel.
Foi assim em sites e rádios.
Nos telejornais, o SBT falou de
ex-ministro e Mabel, na ordem.
Record, ex-ministro e Queiroz.
Band, Queiroz e ex-ministro.
O "JN", que há dias não quer
crise na manchete, abriu com a
Jordânia. Depois, a França.
E tome CPI
Fez barulho, manchete não, e
aos poucos foi caindo na Folha
Online, canais, rádios a notícia
de Osmar Serraglio, da CPI -de
que a Receita teria descoberto a
prova, afinal, de que a Visanet
teria abastecido o valerioduto.
O relator virou pano de fundo
da disputa sobre a prorrogação
da CPI, que opôs o presidente do
Congresso, Renan Calheiros, à
oposição e blogs diversos. Para
Fernando Rodrigues, no UOL, o
governo agora "ganhou tempo":
- A prorrogação seria o pior
pesadelo para Lula... O caso se
estenderia ao processo eleitoral.
ÁGUA E VINHO
Band/Reprodução
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José Datena e José Dirceu |
Até Lula deu a cassação
por certa e José Dirceu
continua. Lá estava ele,
no "Brasil Urgente", para
dizer que os tucanos "na
verdade foram os que
iniciaram a prática com
Valério e as empresas de publicidade". De si mesmo:
- Eu estou tranqüilo, porque já depus no inquérito da
Polícia Federal, já depus no Conselho de Ética duas vezes
e não há nenhuma prova de que eu tenha participado.
Em destaque no Globo Online, ele foi além e anunciou,
"a minha situação está mudando da água para o vinho".
Já os blogs comentam que "a estratégia de atingir Lula
via José Dirceu se esgotou", com a cassação quase certa, e
"Palocci é o novo fusível", num título de Helena Chagas:
- Imaginam os oposicionistas que, com os principais
homens abatidos, Lula se enfraquece para a reeleição.
O blog de Wilson Tosta acha o mesmo, mas sublinha
que o "ataque ao ministro atinge o mais comemorado
aspecto do governo, a política econômica". O problema é
que ele "é aplaudido com paixão em fóruns empresariais
onde o PSDB e o PFL têm apoiadores e financiadores":
- Eles não veriam com simpatia a queda de Palocci.
Por coincidência, o blog de Josias de Souza destacou a
"manobra malcheirosa" de um subrelator do PSDB, que
ontem dispensou na CPI um depoimento contra o PT.
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