São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Meio-termo

O governo chegou a analisar a possibilidade de simplesmente suspender a próxima rodada de licitações a ser promovida pela Agência Nacional de Petróleo, marcada para a virada do mês, em razão do anúncio da reserva gigante descoberta pela Petrobras na bacia de Santos. Eram a favor da medida, além da direção da empresa, os ministros Nelson Hubner (Minas e Energia) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Foi o presidente da ANP, Haroldo Lima, quem sugeriu a solução de compromisso: manter a 9ª Rodada, mas retirar dela os 41 blocos ligados à nova reserva. Ao aprovar a saída, Lula referiu-se à filiação partidária de Lima (PC do B): "Nada como um comunista experiente para fazer uma boa proposta de conciliação". Mesmo com ela, houve grita dos empresários do setor.

FAQ. Recém-instalada na diretoria de Gás da Petrobras, Maria das Graças Foster irá no próximo dia 28 à Comissão de Minas e Energia da Câmara prestar esclarecimentos sobre a crise do setor.

Quem pisca. O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), avisa que eventual troca de membros da CCJ de última hora pelo governo será entendida como descumprimento do acordo de tramitação da CPMF. E resultará na prorrogação do prazo da matéria na comissão, protocolada pelo "demo" Marco Maciel (PE) preventivamente.

Lá vem ele. Aloizio Mercadante (SP) não deu sossego aos tucanos nem no jantar de aniversário de Sérgio Guerra (PSDB-PE), na quarta. Circulou por todas as mesas em busca de votos pró-imposto do cheque. "Tratei de CPMF da entrada ao cafezinho", admitiu o senador petista.

Ah, bom... Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), aliado que ameaça votar contra a CPMF, nega que sua inclinação se deva à acirrada disputa regional com o grupo político do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). "É uma questão de princípio", diz.

Digital. Foram emendas de Almeida Lima (PMDB-SE), da tropa de choque renanzista, que mandaram de volta à CCJ as propostas de voto aberto para cassações. Com isso, os novos julgamentos de Renan serão por voto secreto, ainda que em sessão aberta.

Rio 2016. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito Cesar Maia (DEM), o ministro Orlando Silva (Esportes) e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzmann, reuniram-se ontem para planejar a candidatura da cidade a sede das Olimpíadas de 2016. Usarão a estrutura do Pan para vender a idéia de que largam em vantagem.

Ensaio. Dentro do movimento por uma revisão constitucional na próxima legislatura, o deputado Flávio Dino (PC do B-MA) apresentou emenda para plebiscito sobre o tema em 2008. O objetivo declarado do grupo, que inclui peemedebistas, petistas e tucanos, é reorganizar as atribuições dos Poderes e alterar o sistema tributário em 2011.

Game over. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), mostrou aos líderes partidários um anteprojeto que limita o número de intervenções de deputados no plenário. A proposta já foi apelidada de "pega-chato" pelos próprios parlamentares.

W.O. Candidato a um novo mandato, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, avisou aos adversários na eleição de 2 de dezembro que não comparecerá ao debate marcado para hoje em Salvador.

Outras palavras. Adriano Diogo (PT) não usou a expressão "muçulmano assassino" no plenário da Assembléia paulista na quarta-feira passada, e sim "muçulmano suicida". Também na tribuna, o deputado estadual pediu desculpas formais pela frase.

Visita à Folha. Michele Valensise, embaixador da Itália no Brasil, visitou ontem a Folha.

Tiroteio

"Que coincidência! Bastou faltar gás para o governo tirar uma boa nova do fundo do mar."


Do deputado BETO MANSUR (PP-SP) sobre o anúncio, em meio à crise do gás, de que o campo de Tupi pode ter 8 bilhões de barris de petróleo e gás, o equivalente a 60% de todas as reservas já descobertas no país.

Contraponto

"Lost in translation"

Integrante da comitiva que acompanhou Lula no recente giro por países africanos, Marcelo Crivella (PRB-RJ) surpreendeu os colegas ao contar que entende e fala zulu, um dos idiomas oficiais da África do Sul.
-Sabem o que significa este gesto? -, perguntou o senador, batendo uma das mãos contra a outra, espalmada.
Silêncio geral. O representante da Universal explicou:
-Quer dizer "está cheio". Quando eu era bispo aqui, perguntava como estava o culto, e faziam este gesto.
Mais tarde, lembrando do célebre episódio "top, top", um companheiro de viagem ponderou:
-Bem, se o Marco Aurélio Garcia vivesse aqui, talvez não tivesse enfrentado tantos problemas!


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