São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Aécio Neves diz que "governo é perdulário" e faz "terrorismo"

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), classificou de "terrorismo" a ameaça do governo federal de que os Estados poderão perder receita caso a CPMF não seja aprovada. No caso de Minas, conforme o levantamento do governo, seria R$ 1,6 bilhão repassado ao Estado dessa contribuição.
Aécio considerou "inaceitável" o governo condicionar a prorrogação do imposto do cheque à manutenção da transferência integral dos recursos.
"Há um certo terrorismo, mas temos que considerar que é natural em negociações tensas como essa", disse ele em entrevista à rádio CBN.
Poucas horas depois, no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, ele disse que o governo usa "excessiva esperteza" ao lidar com os números. "É preciso que haja um pouco de generosidade por parte do governo, e não uma excessiva esperteza nos números."
Para ele, o governo luta agora pela CPMF porque é "perdulário, gasta excessivamente e gasta mal" os recursos e agora tem dificuldade para cumprir sua meta de investimentos.
Na última quarta, após encontro com o presidente em Belo Horizonte, Aécio disso ter sentido "boa vontade" de Lula em continuar negociando a CPMF com o PSDB.
Ontem, ele disse que "o espaço se estreitou demais", que "não é mais tempo" de governadores apresentarem nova proposta para acordo e que não vê sinal de que o governo fará uma proposta.
Para o PSDB apoiar a prorrogação da CPMF, Aécio defende que o governo desonere a carga tributária, reparta mais os recursos da Cide (a contribuição sobre combustíveis) com Estados e municípios e amplie os recursos para a saúde. "Talvez por aí possa se reabrir negociação. Mas eu não vejo hoje nenhum sinal muito claro do governo em relação a isso."
"Se tem confiança na sua base, segurança de que tem os votos necessários para aprová-la, temos que respeitar. Porque dessa forma, se não houver ação nova do governo, consistente, a tendência do PSDB será votar todo ele contra."


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