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Aécio Neves diz que "governo é perdulário" e faz "terrorismo"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), classificou de "terrorismo" a ameaça do governo federal de que os
Estados poderão perder receita
caso a CPMF não seja aprovada. No caso de Minas, conforme
o levantamento do governo, seria R$ 1,6 bilhão repassado ao
Estado dessa contribuição.
Aécio considerou "inaceitável" o governo condicionar a
prorrogação do imposto do
cheque à manutenção da transferência integral dos recursos.
"Há um certo terrorismo,
mas temos que considerar que
é natural em negociações tensas como essa", disse ele em entrevista à rádio CBN.
Poucas horas depois, no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, ele disse que o
governo usa "excessiva esperteza" ao lidar com os números.
"É preciso que haja um pouco
de generosidade por parte do
governo, e não uma excessiva
esperteza nos números."
Para ele, o governo luta agora
pela CPMF porque é "perdulário, gasta excessivamente e gasta mal" os recursos e agora tem
dificuldade para cumprir sua
meta de investimentos.
Na última quarta, após encontro com o presidente em
Belo Horizonte, Aécio disso ter
sentido "boa vontade" de Lula
em continuar negociando a
CPMF com o PSDB.
Ontem, ele disse que "o espaço se estreitou demais", que
"não é mais tempo" de governadores apresentarem nova
proposta para acordo e que não
vê sinal de que o governo fará
uma proposta.
Para o PSDB apoiar a prorrogação da CPMF, Aécio defende
que o governo desonere a carga
tributária, reparta mais os recursos da Cide (a contribuição
sobre combustíveis) com Estados e municípios e amplie os
recursos para a saúde. "Talvez
por aí possa se reabrir negociação. Mas eu não vejo hoje nenhum sinal muito claro do governo em relação a isso."
"Se tem confiança na sua base, segurança de que tem os votos necessários para aprová-la,
temos que respeitar. Porque
dessa forma, se não houver
ação nova do governo, consistente, a tendência do PSDB será votar todo ele contra."
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