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Internet eleva risco de campanha negativa
DA SUCURSAL DO RIO
Um vídeo que ocupou por um
dia o sexto lugar entre os mais
vistos do mundo no YouTube
mostrou o que as campanhas
pela internet podem gerar.
Com o mesmo figurino e cenário usado por Leonardo
Quintão (PMDB), candidato à
Prefeitura de Belo Horizonte, o
humorista Tom Cavalcante fez
um vídeo parodiando o adversário de Márcio Lacerda (PSB).
Ao final, Tom diz que a cidade
não precisava de um bom ator,
mas de um bom prefeito.
Para o cientista político
Francisco Marques Jamil, da
UFMG, o vídeo mostra que "a
internet não serve apenas para
os candidatos aprofundarem
suas plataformas, mas também
para promoverem um tipo de
campanha negativa".
"Esse tipo de vídeo teve uma
repercussão imensa e todo
mundo no YouTube começou a
assistir a essa brincadeira. Os
eleitores jovens podiam nem
estar interessados em saber como estava o segundo turno aqui
em BH, mas, a partir do momento em que esse tipo de vídeo caiu na internet, a repercussão dela aumentou", diz.
A desenvoltura de Quintão
na TV era uma preocupação de
Lacerda. Mas o vídeo não foi assumido oficialmente pela equipe. Lacerda, que no início do segundo turno estava atrás nas
pesquisas, acabou eleito.
"O vídeo nasceu a partir do
desafio que o publicitário Paulo
Vasconcellos [que trabalhou na
campanha de Lacerda] me propôs para criar uma paródia do
candidato. É algo absolutamente restrito à internet, ao YouTube. Porém, o que se vê é que a
internet deixou de ser algo virtual, a força que ela tem é muito
real", diz o humorista, por meio
de sua assessoria de imprensa.
O pesquisador da UnB Francisco Brandão diz que a campanha negativa na rede também
pautou o segundo turno das
eleições em 2006. Segundo ele,
os eleitores de Lula passaram a
dizer que Alckmin privatizaria
as estatais, mudando o foco da
campanha. "A discussão surgiu
na rede. Começou a ser articulada através de correntes, iniciadas nas próprias estatais, e
ganhou a campanha oficial. A
campanha no primeiro turno
estava muito mais pautada na
ética e acabou indo para o campo econômico", diz Brandão.
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