São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2000 |
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RUMO A 2002 Presidente da Câmara afirma que, se candidato for tucano, ministro está "mais próximo" do PMDB do que Tasso Para Temer, Serra é candidato dos aliados
KENNEDY ALENCAR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defende o nome ministro da Saúde, o tucano paulista José Serra, como o candidato da aliança governista à Presidência em 2002, caso a cabeça-de-chapa seja do PSDB. "Se a aliança optar por um tucano, o nome mais próximo hoje do PMDB é o do Serra. Sinto que, de nossa parte, o entendimento seria com ele", diz Temer, que ressalva, porém, que mantém apoio prioritário ao candidato de seu partido, o senador Pedro Simon (RS). Integrante da cúpula do PMDB, Temer avalia que o apoio do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), ao colega do Ceará, Tasso Jereissati, não muda a preferência do PMDB por Serra. O sinal é importante para o ministro da Saúde, que perdeu fôlego no PSDB depois da articulação pró-Tasso do governador paulista. Segundo Temer, Serra propôs aliança para 2002 aos peemedebistas com os quais tem conversado. Ele crê que o ministro gostaria de envolver o PFL no acerto. Temer é favorável a um entendimento nacional, "com reflexos regionais", entre os três grandes partidos governistas (PSDB, PMDB e PFL). Isso ajudaria seu projeto de se candidatar a governador de São Paulo. Ele sugere que o PSDB deva apoiá-lo: "Sei das complicações, mas candidaturas estaduais estarão naturalmente acopladas a uma candidatura nacional". A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha, na qual avalia como "lamentável" os desentendimentos entre os aliados do Planalto na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado: Folha - Por que a disputa pela
presidência do Senado virou uma
guerra na qual se teme até que saia
tiro entre ACM e Jader? Folha - O seu partido diz que o veto de ACM à candidatura de Jader
foi o estopim da crise no Congresso
e na base de FHC. Folha - Quem está mais forte na
disputa pela presidência da Câmara, Aécio Neves (PSDB) ou Inocêncio Oliveira (PFL)? Folha - Esse acordo é um embrião
de uma aliança presidencial em
2002, com o PMDB assumindo a posição do PFL como parceiro principal dos tucanos? Folha - A candidatura Simon não
é usada mais para o PMDB ocupar
espaço e ter um nome? Folha - E se os dirigentes da aliança, seja ela dos três partidos ou
não, concluírem que o candidato
deve ser um tucano? O PMDB prefere Serra ou Tasso? Folha - O fato de Tasso contar
com um apoio explícito do pefelista ACM o afasta do PMDB? Folha - O apoio de Covas a Tasso
diminui a preferência atual do
PMDB por Serra? Por que Covas
agiu assim? Folha - O Serra já pediu apoio do
PMDB à candidatura dele? Folha - Nunca foi feita uma proposta direta de aliança? Folha - É para valer essa tese de
fusão PMDB-PSDB? Folha - O sr. já disse que é candidato a governador de São Paulo.
Não é difícil o PSDB abrir mão de
disputar para apoiá-lo em nome da
aliança nacional? Folha - Esse cenário é viável? Folha - O senhor pedirá que o
PSDB desista de disputar em São
Paulo? Folha - Antes de ser candidato ao
governo paulista, o sr. tem de derrotar o ex-governador Orestes
Quércia, que até hoje controlou o
PMDB e que deseja disputar. Vai
enfrentá-lo? Folha - Por que o sr. se acha melhor candidato para o PMDB? |
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