São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Lula se empenha no disque-CPMF atrás de três votos

Em reunião com o ministro José Múcio, o presidente pediu a elaboração de uma lista de senadores para telefonar hoje

Planalto articula com governadores proposta de acordo vinda da oposição para dar discurso aos tucanos favoráveis à CPMF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará contatos diretos hoje e amanhã com senadores aliados e da oposição para pedir que votem a favor da prorrogação da CPMF até 2011. Essa operação faz parte do esforço final do presidente, que, até ontem, avaliava que seria preciso conquistar três votos para aprovar a emenda constitucional em tramitação no Senado.
Simultaneamente, o Palácio do Planalto articula com governadores uma proposta de acordo que parta oficialmente da oposição. Cogita-se aumentar a fatia de recursos do imposto do cheque para a saúde em troca de apoio à prorrogação da CPMF. O presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), e o governador de São Paulo, José Serra, têm encontro marcado para hoje.
Um ministro disse à Folha que, se houver um aceno da oposição, no sentido de aceitar a proposta de elevação da fatia de recursos da CPMF para a saúde de 0,20 para 0,30 ponto percentual, a área econômica responderia rapidamente.
A idéia do governo é que a paternidade de eventual acordo seja do PSDB, para dar discurso aos tucanos favoráveis à CPMF e que enfrentam oposição interna. Nas palavras de um aliado de Lula, a eventual elevação da fatia da CPMF para a saúde seria "um gesto político" na véspera da votação para persuadir senadores ligados à área médica, como o peemedebista Mão Santa (PI).

Corpo-a-corpo
Em reunião ontem com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, Lula pediu a elaboração de uma lista de senadores para que ele desse telefonemas hoje, quando voltará da viagem à Argentina, e na manhã de amanhã, dia em que o governo pretende votar a CPMF no Senado.
"Votaremos na terça, a não ser que haja um acidente de percurso", disse Múcio.
A Folha apurou que, entre os senadores com os quais Lula falará, estão dois congressistas do DEM e um do PTB -Jonas Pinheiro (DEM-MT), Jayme Campos (DEM-MT) e Romeu Tuma (PTB-SP).
O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) atua para convencer Pinheiros e Campos a apoiar a CPMF.
"O que está pesando é a opinião do governador. Sou padrinho político do Blairo Maggi", disse Pinheiro, que hoje se reunirá com Campos e o diretório estadual do DEM.
Pinheiro e Campos temem retaliação do DEM, que já fechou questão contra a CPMF. Publicamente, a direção do DEM ameaça punir os rebeldes. Pediria na Justiça que fosse dado ao partido o mandato deles. Mas o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), tem insistido com o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), para aplicar uma punição mais branda (advertência partidária, por exemplo).
(KENNEDY ALENCAR, RANIER BRAGON E RENATA GIRALDI)


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