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Lula se empenha no disque-CPMF atrás de três votos
Em reunião com o ministro José Múcio, o presidente pediu a elaboração de uma lista de senadores para telefonar hoje
Planalto articula com governadores proposta de acordo vinda da oposição para dar discurso aos tucanos favoráveis à CPMF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará contatos diretos
hoje e amanhã com senadores
aliados e da oposição para pedir
que votem a favor da prorrogação da CPMF até 2011. Essa
operação faz parte do esforço
final do presidente, que, até ontem, avaliava que seria preciso
conquistar três votos para
aprovar a emenda constitucional em tramitação no Senado.
Simultaneamente, o Palácio
do Planalto articula com governadores uma proposta de acordo que parta oficialmente da
oposição. Cogita-se aumentar a
fatia de recursos do imposto do
cheque para a saúde em troca
de apoio à prorrogação da
CPMF. O presidente do PSDB,
o senador Sérgio Guerra (PE), e
o governador de São Paulo, José Serra, têm encontro marcado para hoje.
Um ministro disse à Folha
que, se houver um aceno da
oposição, no sentido de aceitar
a proposta de elevação da fatia
de recursos da CPMF para a
saúde de 0,20 para 0,30 ponto
percentual, a área econômica
responderia rapidamente.
A idéia do governo é que a
paternidade de eventual acordo seja do PSDB, para dar discurso aos tucanos favoráveis à
CPMF e que enfrentam oposição interna. Nas palavras de
um aliado de Lula, a eventual
elevação da fatia da CPMF para
a saúde seria "um gesto político" na véspera da votação para
persuadir senadores ligados à
área médica, como o peemedebista Mão Santa (PI).
Corpo-a-corpo
Em reunião ontem com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, Lula pediu a
elaboração de uma lista de senadores para que ele desse telefonemas hoje, quando voltará
da viagem à Argentina, e na manhã de amanhã, dia em que o
governo pretende votar a
CPMF no Senado.
"Votaremos na terça, a não
ser que haja um acidente de
percurso", disse Múcio.
A Folha apurou que, entre os
senadores com os quais Lula
falará, estão dois congressistas
do DEM e um do PTB -Jonas
Pinheiro (DEM-MT), Jayme
Campos (DEM-MT) e Romeu
Tuma (PTB-SP).
O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) atua para
convencer Pinheiros e Campos
a apoiar a CPMF.
"O que está pesando é a opinião do governador. Sou padrinho político do Blairo Maggi",
disse Pinheiro, que hoje se reunirá com Campos e o diretório
estadual do DEM.
Pinheiro e Campos temem
retaliação do DEM, que já fechou questão contra a CPMF.
Publicamente, a direção do
DEM ameaça punir os rebeldes. Pediria na Justiça que fosse dado ao partido o mandato
deles. Mas o governador do
Distrito Federal, José Roberto
Arruda (DEM), tem insistido
com o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia
(RJ), para aplicar uma punição
mais branda (advertência partidária, por exemplo).
(KENNEDY ALENCAR, RANIER BRAGON E RENATA GIRALDI)
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