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Governo diz que "tamanho do problema" é critério para distribuição de recursos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A secretária-executiva do
PAC, Miriam Belchior, diz que
o principal critério para a distribuição dos recursos do programa nas capitais é o "tamanho do problema", principalmente o déficit nos sistemas de
água e esgoto. Também foram
levados em conta dados como
mortalidade infantil elevada.
Porto Velho, a campeã no volume per capita de recursos,
tem a segunda pior cobertura
de água entre as capitais e o sistema de esgoto mais deficiente.
A capital de Rondônia teria
ainda uma peculiaridade: nas
contas do governo, deve receber 90 mil habitantes nos próximos anos por conta da usina
de Santo Antonio, que fica praticamente dentro do município. O PAC estaria preparando
a cidade para o crescimento.
De acordo com o governo,
grandes capitais têm mais condições de conseguir recursos e
dependem menos de verbas.
Segundo Belchior, os projetos foram definidos em reuniões com o governo federal, os
Estados e os municípios. "Foi
um modo democrático e federativo de fazer o investimento."
Ela disse que foi dada prioridade a grandes projetos estruturantes, em bacias hidrográficas e represas, por exemplo.
Nos municípios, houve três
etapas. Na primeiras, foram definidas obras em 187 cidades
com mais de 150 mil habitantes. Depois, o foco foi nos municípios entre 50 mil e 150 mil
pessoas. A terceira fase, nas cidades com menos de 50 mil habitantes, começa agora.
A secretária-executiva do
PAC contestou o critério da Folha de somar as obras federais
nas capitais coordenadas por
governos e prefeituras. O método foi adotado porque as fontes de recursos são as mesmas,
o Orçamento da União e financiamentos pelo FGTS.
Dois terços das obras, de
acordo com a Casa Civil, são
gerenciadas pelos governos estaduais. Segundo tabela fornecida por Belchior, dos dez Estados que mais receberam dinheiro, apenas dois são de petistas (Acre e Sergipe).
Uma outra tabela da Casa Civil apenas com a verba destinada diretamente às prefeituras
mostrou, no entanto, administrações petistas nos quatro primeiros lugares. "É muito comum a gente receber reclamação aqui de que o nome do governo federal foi apagado da
placa, embora o dinheiro seja
federal. Estados e municípios
se apropriam da obra", disse.
Para ela, será inevitável o uso
político e eleitoral das obras,
mas isso ocorrerá para os governistas e para a oposição.
"Qualquer prefeito vai querer
capitalizar, não apenas os da
base [de Lula]. Isso vale para os
dois lados." A visão do Palácio
do Planalto, de acordo com
Belchior, não é eleitoral. "O
que preocupa mais o presidente é o efeito do PAC no crescimento do país e como garantir
que seja sustentável."
(FZ)
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