São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Outros fundos

Domingo de estréia do "banco de Chávez", no dizer da Bloomberg, e o chanceler Celso Amorim aparece na capa do "Clarín". "Analisou com pouco entusiasmo o Banco do Sul", mas com muito o protagonismo da América do Sul, "claro que sempre com o eixo central Brasília-Buenos Aires". Avaliou o novo fundo como "alternativa a mais" de desenvolvimento, junto com Corporação Andina, Banco Interamericano, BNDES.

 

Já o correspondente do "Financial Times" ouviu os ministros Guido Mantega e Mangabeira Unger, sobre o fundo soberano do Brasil, e atacou o projeto que, "não ortodoxo, quer intervir no câmbio". Alarmou-se com as "mudanças radicais, parte de troca maior nos planos de desenvolvimento". "Abandonar ortodoxia" e "a política monetária herdada do governo anterior é errado", opinou, após ouvir economista do Unibanco.

RESPALDO A EVO
E o assessor Marco Aurélio Garcia surgiu em outra entrevista, na capa do boliviano "La Razón", do grupo do espanhol "El País". Confirmou que a Petrobras vai investir US$ 750 milhões. E que "se dará respaldo a Evo Morales". Disse que o Brasil está "confiante sobre as perspectivas de evolução democrática da crise" na Bolívia.
Ontem mesmo, a oposição boliviana já reclamou de Lula.

A PROTEÇÃO VERDE...
De um lado, os representantes comerciais de EUA e Europa assinaram até texto no "Wall Street Journal" defendendo a liberação do "comércio verde", de produtos ditos ambientais.
De outro, Celso Amorim falou por toda parte da "aberração" de liberar produtos dos países ricos e retirar etanol da lista. Até o presidente chileno do Banco Interamericano entrou em cena, com um artigo no "El País" contra as tarifas de EUA e Europa sobre o etanol.

... NÃO COLOU
Mas no fim dos debates sobre comércio e o clima, ontem em Bali, "países ricos e pobres não chegaram a acordo sobre a abertura do comércio em produtos verdes", deu a Reuters.

O PRÓXIMO "ROUND"
A partir de hoje, a conferência sobre aquecimento em Bali "entra na fase decisiva", diz a BBC, e o conflito é outro, para os mesmos ricos e pobres: "como tratar o desmatamento".
Ainda sem a presença -e a posição- da ministra Marina Silva, como cobrou o blog Bali 40 Graus, Amorim disse que "vai buscar coalizão com outros países". Critica créditos de carbono. "Se as nações ricas comprarem e continuarem a poluir, não há corte de emissões."

QUEM PAGA?
Diz o "Washington Post" que "preservar as florestas é a questão-chave" em Bali, mas as partes, ricos e pobres, não concordam "sobre quem deve pagar".

AINDA ALARMANTE
Desde sexta, Google News e Yahoo News destacam, do Brasil, a queda no desmatamento. Mas já observando que, se não desapareceu como chegaram a prever, a Amazônia "segue alarmantemente" sendo cortada.

A BATALHA PELA ÁFRICA

Na manchete do site do "FT", ontem, "União Européia está perdendo a batalha pela África, diz líder do Senegal". Disse mais -que a "pesada" pressão européia por acordos bilaterais pode levar à "ruptura sísmica" dos continentes. Contrastou com a atitude de China e Índia, no comércio.
Já a Reuters destacou o temor externo com o favorito na eleição sul-africana. No enunciado, "Lula ou Chávez?".

A CRISE OU O PASTOR?

Não foi só o "New York Times" que destacou "o fim do sonho americano", quinta passada. Também o "Wall Street Journal", na reportagem de capa "Como a crise de crédito imobiliário atingiu os grupos imigrantes pobres". Abrindo o texto, a história de Naira Costa (foto), que comprou a crédito, estimulada pelo pastor brasileiro de sua igreja, na região de San Francisco.
Dia seguinte e o "JN" dá a história na submanchete, com a mesma Naira, mas nem menção à crise de crédito. A edição focou o "golpe imobiliário" do "pastor de igreja evangélica".

"EARTHQUAKE"

wsj.com


O fato no norte de Minas Gerais apareceu na cobertura, inicialmente, como "terremoto", por sites e demais. Aos poucos, Record News e as Globos passaram a "tremor de terra", até "de médias proporções", mas que levou a uma morte "pela primeira vez" no país. No exterior, a morte da criança ecoou de imediato, com "earthquake" nos títulos.


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@ - Nelson de Sá


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