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Dilma é "sacerdotisa" no governo, diz Sarney
Durante inauguração de trecho da Norte-Sul, Lula afirma que elege o seu sucessor
Em ato público, Nascimento também elogiou a ministra; de acordo com o Datafolha, a petista tem hoje entre 7% e 12% das intenções de voto
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL
A COLINAS DO TOCANTINS
No dia seguinte à divulgação
da última pesquisa Datafolha
que apontou o crescimento da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) na disputa presidencial, o
senador José Sarney (PMDB-AP) enalteceu à pré-candidata
petista e afirmou ter certeza de
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva fará o seu sucessor
em 2010.
O elogio à ministra, em evento de inauguração de trecho da
ferrovia Norte-Sul, em Colinas
do Tocantins (a 270 km de Palmas), ocorreu em seu discurso,
que já começou chamando a
atenção dos presentes: "Vou
matar a saudade: brasileiros e
brasileiras", disse, animado.
Depois, Sarney saudou os
presentes e deixou a ministra
por último: disse que ela é a "sacerdotisa do serviço público" e
que poucas vezes conviveu com
alguém tão dedicado.
"Para êxito do governo, Dilma é a sacerdotisa do serviço
público. Já fui tudo na vida e
posso afirmar que poucas vezes
vi uma pessoa tão dedicada. Por
trás de tudo isso que Lula está
fazendo, Dilma está na retaguarda", afirmou Sarney.
"Não se esqueçam. Ela está
prestando muito serviço ao
Brasil e vai prestar por muito
mais tempo ainda", completou.
Geralmente contida, a ministra
reagiu com surpresa ao discurso de Sarney e, sem jeito, cochichou ao ouvido de Lula.
O ex-presidente falou por
mais alguns minutos até dizer
que Lula fará seu sucessor, mas
desta vez sem citar nomes.
"Que o senhor faça seu sucessor, que ande como Vossa Excelência, que trabalhe como
Vossa Excelência e que pense
como Vossa Excelência."
Sarney foi um dos primeiros
políticos da velha-guarda a
apoiar Lula na eleição de 2002.
Mais elogios
Antes de ouvir os elogios de
Sarney, a quem chamou de "ex-presidente e para sempre presidente do Brasil", Dilma também foi bajulada pelo ministro
dos Transportes, Alfredo Nascimento, que só não lançou a
ministra à Presidência para
evitar eventuais problemas
com a Justiça Eleitoral.
"Tenho muita honra de estar
ao seu lado. Ela está preparada
e conhece o país", disse Nascimento, que chamou a petista de
"mãe do PAC [Programa de
Aceleração do Crescimento],
mãe da Norte-Sul e mãe das
obras do governo brasileiro",
afirmou Nascimento.
Lula, o último a falar, demorou para se referir à eleição de
2010, mas nos minutos finais
do discurso, dirigiu-se ao senador Sarney e disse: "Tenho certeza de que vou fazer a minha
sucessão. Tenho certeza".
A pesquisa Datafolha mostrou crescimento de Dilma na
disputa presidencial, daqui a
dois anos. A petista subiu cinco
pontos e varia hoje de 7% a 12%
das intenções de voto.
A Ferrovia Norte-Sul inaugurada ontem foi projetada pelo
governo Sarney em 1987 e cortaria de ponta a ponta o país,
mas foi paralisada. As obras
acabaram sendo retomadas por
Lula, dentro do PAC.
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