NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Nos últimos dias, a Globo já vinha repetindo que a medida provisória teria "o apoio da oposição". Aviso que era acompanhado do registro dos telefonemas de FHC para Lula.
O apoio se confirmou, ontem, mas não sem percalços. A CBN citava com certo humor, no meio da votação, no Congresso:
- O líder do PT descobriu agora o que ele acha que pode ser uma enganação e saiu correndo, para anunciar. Mas o líder do governo informou que vai corrigir.
Desconfianças vencidas, todas as concessões feitas, FHC saiu com "uma vitória na última votação do ano", como era sublinhado ontem pela Globo News.
O líder do governo na Câmara, o covista Arnaldo Madeira, falou até em "espetáculo", mas ressalvando que a oposição votou com FHC porque quis:
- A oposição veio ao encontro daquilo que era uma decisão da base do governo. E nós tivemos este espetáculo de, pela primeira vez, uma medida do ajuste fiscal ser aprovada quase que por unanimidade no Congresso.
Pode ser, mas a Globo News, outra vez, parecia mais precisa ao descrever o que queria o governo FHC, no episódio:
- Foi muito divulgado e comemorado aqui (no Congresso) que a oposição estava votando com o governo... Na realidade, o que o governo queria não eram votos da oposição. Ele estava à caça dos seus próprios votos.

O mais pitoresco, em tal "espetáculo de unanimidade", ficou por conta de ACM.
"Os deputados e senadores adoraram", segundo a CBN, quando o senador defendeu Fernando Gabeira, que não obteve visto para os Estados Unidos devido a um sequestro que praticou nos anos 60. De ACM, paternal:
- (Isso foi) há mais de 30 anos, fruto de um momento difícil no qual, como em várias partes do mundo, pode ter havido exagero dos universitários...



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