São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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PAINEL

Tesoura em ação
O governo cortou 80% dos recursos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil para 2004. Há no Orçamento apenas R$ 100 milhões -um quinto do gasto em 2003. Piauí e Acre já reclamam de atrasos no repasse.

Déficit infantil
A meta do programa de erradicação em 2004 é atender a 1,5 milhão de crianças, com custo de R$ 847 milhões. Sem reforço no caixa, só atingirá 200 mil.

De olho aberto
Além de negociar um ministério para o PP, Pedro Corrêa, presidente da sigla, fica em Brasília no recesso para acompanhar o desenrolar de seu processo de cassação na Câmara. Está sendo acusado de envolvimento com a máfia dos combustíveis.

Eterna desavença
Descontente por ter sido alijado das negociações da reforma ministerial, Renan Calheiros (PMDB) ameaça nos bastidores trabalhar contra o projeto que permite a reeleição de José Sarney à presidência do Senado.

Ficção na TV
Na véspera de sua demissão da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral foi a estrela do programa de TV do PSB. Os dirigentes do partido, que tanto contribuíram para sua queda, capricharam nos elogios ao ministro.

Cada um na sua
Eduardo Campos, cotado para a Ciência e Tecnologia, pretende manter o secretário-executivo do ministério, Cesar Callegari, que cuidaria da área técnica. Sem experiência no setor, Campos ficaria com a parte política.

Carta na manga
Michel Temer, presidente do PMDB, deverá indicar o presidente dos Correios, cargo vago na semana passada com a saída do pedetista Airton Dipp. É o quinhão que caberá à cúpula do partido na reforma ministerial.

Pedra espanhola
Em férias, Professor Luizinho (PT), vice-líder do Governo na Câmara, teve crise de pedra nos rins. Foi internado em Madri.

Carona de Lula
Assinada a lei da renda mínima, a editora de Eduardo Suplicy retomou o marketing do livro do senador sobre o tema. Tentativa de reduzir o encalhe.

Contas abertas
Força-tarefa do governo e do Ministério Público contra a lavagem de dinheiro apresenta até julho projeto para permitir a "flexibilização" dos sigilos bancário e fiscal dos agentes públicos e empresas que mantêm contratos com o Estado.

Limpando a barra
Em meio à crise com os EUA sobre o tema, o Brasil comunicou à ONU que aceita sediar o Fórum Global de Combate à Corrupção, em maio de 2005.

Quem te viu, quem te vê
A CUT fez acordo com a Globo e pagará os custos de infra-estrutura de quatro shows em homenagem ao aniversário de São Paulo. A emissora banca os artistas. Show hoje na zona leste reúne os desconhecidos Kaleidoscópio e Peixe Elétrico.

Expresso Pequi
Joaquim Roriz embarca para a Europa para conhecer o trem-bala. O governador do DF quer um trem semelhante ligando Brasília a Goiânia. O custo: US$ 800 milhões. Já foi apelidado de Expresso Pequi, referência ao espinhoso fruto do cerrado.

Melhor, mas nem tanto
Ao comentar com secretários que o governo paulista terá neste ano mais verbas para investimentos do que em 2003, Geraldo Alckmin advertiu: "Podemos pisar no acelerador, mas gastando menos gasolina".

Ajuda na recuperação
O Ministério da Saúde prepara um programa de atendimento médico, odontológico e psicológico a 12 mil menores infratores de instituições de 106 cidades -há R$ 4 milhões para este ano.

TIROTEIO

Do líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), sobre a troca do presidente da Anatel:
-É a ponta visível de um iceberg de centralismo e autoritarismo do governo Lula, marcado pela ocupação do Estado.

CONTRAPONTO

Sorria, presidente

Um ex-assessor do presidente João Baptista Figueiredo (1918-1999) afirma que celebrará no próximo sábado 20 anos de uma descoberta pessoal: a capacidade de Paulo Maluf de criar e sair de situações constrangedoras.
Em 17 de janeiro de 1984, Maluf foi ao Palácio do Planalto dizer a Figueiredo que era candidato à sua sucessão. O presidente queria como candidato do PDS o então ministro do Interior, Mário Andreazza.
Os fotógrafos são convidados a registrar a reunião entre Maluf e Figueiredo, que permanecia de cara emburrada.
-Sorria, presidente- disse Maluf para descontrair.
-Não posso. A cara que tenho é esta mesmo. Não vou mudar- respondeu Figueiredo.
Na tentativa de evitar um constrangimento maior na frente dos fotógrafos, Maluf rebateu:
-O sr. é muito franco. Nesse ponto, somos muito parecidos.


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