São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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MINISTÉRIO

Lula só troca ministros após voltar do México

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil da Presidência, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomará as decisões da reforma ministerial a partir da próxima quarta-feira, quando retorna do México, mas sem data para conclusão.
Ontem, Lula se reuniu com a coordenação política do governo para avaliar o ""estágio atual" dos entendimentos com os partidos aliados, que Dirceu pretende concluir até quarta. Hoje, ele se reúne com a cúpula do PMDB na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
""A reforma não tem data. O presidente não vai estabelecer data [para conclusão] e desautoriza se eu coloco qualquer uma. Ele quer ter liberdade", disse Dirceu.
Segundo ele, a reforma ministerial está sendo idealizada não apenas para acomodar o PMDB, mas também para atender às prioridades do governo: crescimento econômico, geração de emprego, mais eficácia à questão social e realização da reforma agrária.
A agenda do ministro até quarta inclui conversas com o líder do PP na Câmara dos Deputados, Pedro Henry (MT); com o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), o líder do partido na Câmara, José Múcio (PE), e o ministro Mares Guia (Turismo), também do PTB. Já está definido que esses dois partidos terão seus espaços ampliados no governo.
O presidente do PT, José Genoino, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) deverão participar dos encontros.
""O presidente nos orientou a dar continuidade às conversas. Na quarta-feira, daremos um quadro para o presidente e ele terá condições de tomar as decisões que considerar adequadas", disse.
Na reunião no Palácio da Alvorada, estavam presentes Dirceu e os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e Luiz Dulci (Secretaria Geral), além do presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), de Genoino e de Mercadante.
Segundo Dirceu, Lula e sua coordenação política fizeram uma avaliação do ""planejamento do governo para 2004", além do balanço das negociações que estão em andamento com os aliados. Reafirmou que o PT abrirá mão de espaço no ministério para dar lugar aos aliados pois o partido sabe que é ""uma necessidade" do governo a partir de 2004.
Dirceu não quis confirmar a saída do ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) do governo na próxima quarta-feira. Amaral, do PSB, entregou o cargo a Lula, que pediu sua permanência até essa data. Mas o chefe da Casa Civil fez elogios ao ministro.
""Ele é um militante socialista, está conosco desde o início do PT, como aliado no PSB, tem 40 anos de história política. E não pode ser demitido sem uma decisão política do governo e do partido. Por isso, o presidente o manteve no cargo. É um sinal de respeito e deferência", disse Dirceu.



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