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MINISTÉRIO
Lula só troca ministros após voltar do México
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu, chefe
da Casa Civil da Presidência, afirmou ontem que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tomará as decisões da reforma ministerial a
partir da próxima quarta-feira,
quando retorna do México, mas
sem data para conclusão.
Ontem, Lula se reuniu com a
coordenação política do governo
para avaliar o ""estágio atual" dos
entendimentos com os partidos
aliados, que Dirceu pretende concluir até quarta. Hoje, ele se reúne
com a cúpula do PMDB na casa
do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
""A reforma não tem data. O presidente não vai estabelecer data
[para conclusão] e desautoriza se
eu coloco qualquer uma. Ele quer
ter liberdade", disse Dirceu.
Segundo ele, a reforma ministerial está sendo idealizada não apenas para acomodar o PMDB, mas
também para atender às prioridades do governo: crescimento econômico, geração de emprego,
mais eficácia à questão social e
realização da reforma agrária.
A agenda do ministro até quarta
inclui conversas com o líder do PP
na Câmara dos Deputados, Pedro
Henry (MT); com o presidente do
PTB, deputado Roberto Jefferson
(RJ), o líder do partido na Câmara, José Múcio (PE), e o ministro
Mares Guia (Turismo), também
do PTB. Já está definido que esses
dois partidos terão seus espaços
ampliados no governo.
O presidente do PT, José Genoino, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP)
deverão participar dos encontros.
""O presidente nos orientou a
dar continuidade às conversas.
Na quarta-feira, daremos um
quadro para o presidente e ele terá condições de tomar as decisões
que considerar adequadas", disse.
Na reunião no Palácio da Alvorada, estavam presentes Dirceu e
os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e Luiz Dulci
(Secretaria Geral), além do presidente da Câmara dos Deputados,
João Paulo Cunha (PT-SP), de Genoino e de Mercadante.
Segundo Dirceu, Lula e sua
coordenação política fizeram
uma avaliação do ""planejamento
do governo para 2004", além do
balanço das negociações que estão em andamento com os aliados. Reafirmou que o PT abrirá
mão de espaço no ministério para
dar lugar aos aliados pois o partido sabe que é ""uma necessidade"
do governo a partir de 2004.
Dirceu não quis confirmar a saída do ministro Roberto Amaral
(Ciência e Tecnologia) do governo na próxima quarta-feira. Amaral, do PSB, entregou o cargo a
Lula, que pediu sua permanência
até essa data. Mas o chefe da Casa
Civil fez elogios ao ministro.
""Ele é um militante socialista,
está conosco desde o início do PT,
como aliado no PSB, tem 40 anos
de história política. E não pode ser
demitido sem uma decisão política do governo e do partido. Por isso, o presidente o manteve no cargo. É um sinal de respeito e deferência", disse Dirceu.
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