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Após confirmação, Lobão muda discurso e nega riscos de apagão
HUDSON CORRÊA
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após criticar, em discursos
no Senado em julho e abril de
2007, a política energética do
governo Lula e afirmar que há
"risco muito alto de apagão" no
país, o senador Edison Lobão
(PMDB-MA), confirmado para
assumir o Ministério de Minas
e Energia, recuou ontem.
"Olhando agora o quadro, eu
acho que as autoridades do governo tiveram preocupação e, a
seu modo, adotaram as providências seguras", disse Lobão,
que afirmou não acreditar "que
venha ocorrer qualquer tipo de
apagão". "Não quero dizer mais
do que isso", disse.
Em julho, citando o Instituto
Acende Brasil, mantido por investidores privados, Lobão
afirmou que o risco de apagão
seria de 30% em 2011. Na mesma ocasião, reclamou que o governo não se entende sobre a
necessidade de aumentar a
oferta de energia em caso de
maior crescimento econômico.
Em abril, o senador apontou
o penúltimo presidente da ditadura militar, o general Ernesto
Geisel (1974 a 1979), como melhor estrategista da área energética do que Lula. "A Geisel foi
levado um projeto estratégico
de utilização do gás da Bolívia
nos mesmos procedimentos
que estamos usando agora.
Resposta dele: "E no dia em que
os bolivianos fecharem a torneira, o que vou eu fazer? Mandar o Exército brasileiro religar
a torneira?'".
No discurso de julho, Lobão
disse que "[há] um cenário em
que o consumo de energia no
Brasil crescerá a uma taxa de
5,4% ao ano. Com esse cenário,
o risco de que o Brasil venha a
decretar um racionamento na
região Sudeste é de 23,5% em
2010. Há o risco de um apagão".
O senador discursou que "o
Ministério de Minas e Energia
contabiliza os riscos de déficit
de energia de maneira diferente do Operador Nacional do
Sistema e de outros agentes". E
acrescentou: "Ninguém se entende nesta matéria".
Ontem, advertindo que não
"falava como ministro", Lobão
disse que "nenhum ministro
que venha a ser nomeado pode
ser responsabilizado [por apagão]".
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