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Caso mostra como regra de acesso a dados públicos é frágil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais do que mostrar um aspecto pitoresco das atividades
secretas na ditadura militar, os
casos de discos voadores investigados pelo SNI e pelas Forças
Armadas revelam a fragilidade
do sistema de classificação,
conservação e divulgação de
documentos públicos no Brasil.
A Comissão Brasileira de
Ufólogos solicitou acesso aos
documentos sobre óvnis em 26
de dezembro de 2007. Recebeu
a primeira resposta parcial em
outubro de 2008. E alguns documentos de relevância foram
liberados só em dezembro.
Muitos dos documentos requeridos pela CBU continuam
em sigilo. Não há resposta satisfatória do governo se algum
dia serão liberados. É o caso do
episódio popularmente conhecido como "ET de Varginha",
ocorrido na cidade mineira de
mesmo nome, em 1996.
O Exército investigou o episódio, segundo o pedido de informações da CBU. O Ministério da Defesa e o Exército nunca responderam.
"Na dúvida, o burocrata sempre suprime informação. Prevalece no país uma cultura de
sigilo, não importando a relevância do documento em questão", diz Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG
Transparência Brasil.
O Brasil não tem uma lei ampla que facilite o acesso da população a informações produzidas pelo Estado. Mais de 60
países já têm essa legislação.
A Constituição garante o direito de acesso a informações
públicas, mas o Congresso nunca regulou o dispositivo. A lei
mais recente que trata do tema
é a 11.111, de 2005. Patrocinada
pelo governo Lula, ela aborda
extensivamente as regras de sigilo e muito pouco o sistema de
liberação de dados ao público.
No projeto de lei que o Planalto prepara sobre acesso a informações públicas não há, em
princípio, preocupação em
criar um órgão que faça com
que as diversas instâncias cumpram a determinação de divulgar seus documentos.
(FR)
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