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Emigração começou na década de 50
DA REDAÇÃO
A emigração de brasileiros para o Paraguai iniciou
na década de 1950, quando
grandes produtores rurais
adquiriram terras na região fronteiriça.
Historiadores relatam
que, nas duas décadas seguintes, programa do governo paraguaio transformou áreas localizadas na
região leste do país em
projetos de colonização
privados, que ofereciam
terras férteis e baratas aos
agricultores que quisessem migrar para a região.
Como na década de 1980
cerca de 38 mil trabalhadores rurais perderam
suas terras por conta da
construção da hidrelétrica
de Itaipu, o ritmo de emigração aumentou.
Parte dos camponeses
paraguaios se sentiu discriminada pelo governo de
seu país que, supostamente, preferia vender terras a
estrangeiros a distribuí-las entre os nativos.
Com isso, organizações
de trabalhadores sem-terra começaram a se formar
e a reivindicar as áreas,
processo que deu início ao
atual imbróglio. Além do
acesso à terra, os paraguaios reclamam que os
brasileiros não respeitam
a cultura local.
Antes de ser empossado
na Presidência, em entrevista à Folha, em abril,
quando era candidato,
Fernando Lugo disse que
os brasiguaios teriam todas as garantias para ficar
no país, se ele fosse eleito.
Terras para poucos
A concentração de terras no Paraguai -quarto
produtor mundial de soja,
atrás dos EUA, do Brasil e
da Argentina- é uma das
maiores do continente.
Levantamento da Mesa
Coordenadora Nacional
das Organizações Camponesas aponta que 77% das
terras pertencem a 1% dos
proprietários rurais e que
351 fazendeiros são donos
de 9,7 milhões de hectares.
Na outra ponta, 25% da
população paraguaia, ou
1,5 milhão de pessoas, vive
em situação de pobreza,
entre as quais 400 mil
sem-terra.
(AFONSO BENITES)
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