São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Emigração começou na década de 50

DA REDAÇÃO

A emigração de brasileiros para o Paraguai iniciou na década de 1950, quando grandes produtores rurais adquiriram terras na região fronteiriça.
Historiadores relatam que, nas duas décadas seguintes, programa do governo paraguaio transformou áreas localizadas na região leste do país em projetos de colonização privados, que ofereciam terras férteis e baratas aos agricultores que quisessem migrar para a região.
Como na década de 1980 cerca de 38 mil trabalhadores rurais perderam suas terras por conta da construção da hidrelétrica de Itaipu, o ritmo de emigração aumentou.
Parte dos camponeses paraguaios se sentiu discriminada pelo governo de seu país que, supostamente, preferia vender terras a estrangeiros a distribuí-las entre os nativos.
Com isso, organizações de trabalhadores sem-terra começaram a se formar e a reivindicar as áreas, processo que deu início ao atual imbróglio. Além do acesso à terra, os paraguaios reclamam que os brasileiros não respeitam a cultura local.
Antes de ser empossado na Presidência, em entrevista à Folha, em abril, quando era candidato, Fernando Lugo disse que os brasiguaios teriam todas as garantias para ficar no país, se ele fosse eleito.

Terras para poucos
A concentração de terras no Paraguai -quarto produtor mundial de soja, atrás dos EUA, do Brasil e da Argentina- é uma das maiores do continente.
Levantamento da Mesa Coordenadora Nacional das Organizações Camponesas aponta que 77% das terras pertencem a 1% dos proprietários rurais e que 351 fazendeiros são donos de 9,7 milhões de hectares.
Na outra ponta, 25% da população paraguaia, ou 1,5 milhão de pessoas, vive em situação de pobreza, entre as quais 400 mil sem-terra. (AFONSO BENITES)


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