São Paulo, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Candidato no RS, Tarso passa 25% dos dias úteis no Estado

Ministro petista, que concorrerá ao governo, participa de eventos para promover sua maior bandeira, o Pronasci

Titular da Justiça tenta atrair novos aliados no Estado, mas até diálogo com antigos parceiros está mais difícil nesta campanha


LARISSA GUIMARÃES
SIMONE IGLESIAS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA No fim do ano passado, o ministro Tarso Genro (Justiça) passou um quarto dos dias úteis (com agenda oficial, excluindo sábados e domingos) no Rio Grande do Sul, onde disputará neste ano o governo pelo PT. De outubro a dezembro de 2009, Tarso participou desde assinaturas de convênios com prefeituras gaúchas a eventos como "Diálogos sobre o Rio Grande".
A agenda de Tarso no Estado também incluiu diversos almoços, palestras e eventos como a entrega de um lote de viaturas para a Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul. Numa sexta-feira (13 de novembro), a agenda do ministro em Porto Alegre se resumiu a "despachos" ao longo do dia e ao recebimento, à noite, da Medalha do Mérito Farroupilha.
Em boa parte do tempo em que esteve no Estado, o ministro aproveitou para promover sua principal bandeira no ministério, o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). Dos 14 acordos do programa fechados no ano passado com prefeituras gaúchas, 8 foram assinados no mês de dezembro.
O ministério nega que haja ligação com a intenção de Tarso de se eleger este ano. Segundo a pasta, Tarso "intensificou toda sua agenda de viagens no país, para implantação dos Territórios de Paz do Pronasci , inclusive no Rio Grande do Sul".
Além disso, de acordo com a pasta, o ministro tem o direito legal de retornar ao seu estado de origem aos finais de semana e, como pré-candidato ao governo do RS, faz contatos políticos nos sábados e domingos. Até março, o ministro deverá deixar o cargo.

Alianças
Desde que governou o Rio Grande do Sul (1998 a 2002), o PT gaúcho seguiu na contramão do partido nacionalmente, que se abriu a composições mais amplas. Até hoje, as coligações que envolvem o PT em eleições à prefeitura de Porto Alegre e ao governo do RS excluem PMDB, PTB e PP, aliados nacionais do partido.
Tarso se lançou em busca de novos parceiros, mas até mesmo antigos aliados, como PSB e PC do B, estão em outro barco. Os comunistas devem apoiar a candidatura do deputado federal Beto Albuquerque (PSB).
O cenário principal da última pesquisa Datafolha mostra que Tarso está empatado com o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), na liderança das intenções de voto, com 30% cada. Em terceiro lugar, há empate técnico entre Albuquerque (7%) e a governadora Yeda Crusius (PSDB), que tem 5%.
O ministro ainda tenta negociar com o PTB, mas o partido sempre apoiou o PMDB e já lançou um pré-candidato. Com o PMDB, também houve tentativa de aproximação em 2009, mas as conversas foram inviáveis. Com o PP gaúcho não há jogo -a sigla se divide entre apoio ao PMDB ou à campanha de reeleição de Yeda.
O PDT foi outra aposta de Tarso, mas o vice-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que é da sigla, assumirá a prefeitura caso Fogaça se candidate. É um sonho antigo de Fortunati, que deixou o PT por divergências com Tarso. Em 2000, ele seria candidato a prefeito na linha sucessória criada pelo PT local. Mas Tarso insistiu numa prévia, disputou e venceu.


Texto Anterior: Estratégia para manter Battisti no país prevê entrevistas de Lula
Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.