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Candidato no RS, Tarso passa 25% dos dias úteis no Estado
Ministro petista, que concorrerá ao governo, participa de eventos para promover sua maior bandeira, o Pronasci
Titular da Justiça tenta atrair novos aliados no Estado, mas até diálogo com antigos parceiros está mais difícil nesta campanha
LARISSA GUIMARÃES
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No fim do ano passado, o ministro Tarso Genro (Justiça)
passou um quarto dos dias
úteis (com agenda oficial, excluindo sábados e domingos)
no Rio Grande do Sul, onde disputará neste ano o governo pelo PT. De outubro a dezembro
de 2009, Tarso participou desde assinaturas de convênios
com prefeituras gaúchas a
eventos como "Diálogos sobre
o Rio Grande".
A agenda de Tarso no Estado
também incluiu diversos almoços, palestras e eventos como a
entrega de um lote de viaturas
para a Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul. Numa
sexta-feira (13 de novembro), a
agenda do ministro em Porto
Alegre se resumiu a "despachos" ao longo do dia e ao recebimento, à noite, da Medalha
do Mérito Farroupilha.
Em boa parte do tempo em
que esteve no Estado, o ministro aproveitou para promover
sua principal bandeira no ministério, o Pronasci (Programa
Nacional de Segurança Pública
com Cidadania). Dos 14 acordos do programa fechados no
ano passado com prefeituras
gaúchas, 8 foram assinados no
mês de dezembro.
O ministério nega que haja ligação com a intenção de Tarso
de se eleger este ano. Segundo a
pasta, Tarso "intensificou toda
sua agenda de viagens no país,
para implantação dos Territórios de Paz do Pronasci , inclusive no Rio Grande do Sul".
Além disso, de acordo com a
pasta, o ministro tem o direito
legal de retornar ao seu estado
de origem aos finais de semana
e, como pré-candidato ao governo do RS, faz contatos políticos nos sábados e domingos.
Até março, o ministro deverá
deixar o cargo.
Alianças
Desde que governou o Rio
Grande do Sul (1998 a 2002), o
PT gaúcho seguiu na contramão do partido nacionalmente,
que se abriu a composições
mais amplas. Até hoje, as coligações que envolvem o PT em
eleições à prefeitura de Porto
Alegre e ao governo do RS excluem PMDB, PTB e PP, aliados nacionais do partido.
Tarso se lançou em busca de
novos parceiros, mas até mesmo antigos aliados, como PSB e
PC do B, estão em outro barco.
Os comunistas devem apoiar a
candidatura do deputado federal Beto Albuquerque (PSB).
O cenário principal da última
pesquisa Datafolha mostra que
Tarso está empatado com o
prefeito de Porto Alegre, José
Fogaça (PMDB), na liderança
das intenções de voto, com 30%
cada. Em terceiro lugar, há empate técnico entre Albuquerque (7%) e a governadora Yeda
Crusius (PSDB), que tem 5%.
O ministro ainda tenta negociar com o PTB, mas o partido
sempre apoiou o PMDB e já
lançou um pré-candidato. Com
o PMDB, também houve tentativa de aproximação em 2009,
mas as conversas foram inviáveis. Com o PP gaúcho não há
jogo -a sigla se divide entre
apoio ao PMDB ou à campanha
de reeleição de Yeda.
O PDT foi outra aposta de
Tarso, mas o vice-prefeito de
Porto Alegre, José Fortunati,
que é da sigla, assumirá a prefeitura caso Fogaça se candidate. É um sonho antigo de Fortunati, que deixou o PT por divergências com Tarso. Em 2000,
ele seria candidato a prefeito na
linha sucessória criada pelo PT
local. Mas Tarso insistiu numa
prévia, disputou e venceu.
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