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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003

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DEPOIS DO PLANALTO

Ex-presidente vê hoje rei espanhol

FHC se encontra com Aznar e assume direção de grupo de ex-governantes

Paco Campos/Associated Press
Fernando Henrique Cardoso durante encontro com o primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar


ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso encontrou-se ontem, em Madri, com o primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar. O encontro ocorreu no Palácio La Moncloa, sede do governo. Nem Aznar, nem FHC falaram à imprensa. Os jornalistas só assistiram aos primeiros cumprimentos.
Nos instantes iniciais do encontro, às 18h (15h no Brasil), o primeiro-ministro perguntou a FHC o que ele tem feito. O ex-presidente contou, em espanhol, que passa férias em Paris. "É muito boa a sensação de poder ler um livro durante horas", disse FHC, arrematando: "Não é tão ruim assim ser um ex-presidente".
Hoje, FHC se reúne com o rei Juan Carlos, ao lado da ex-primeira-ministra do Canadá Kim Campbell, vice-presidente executiva do Clube de Madri, e de Diego Hidalgo, secretário-geral dele.
FHC veio a Madri sobretudo para assumir suas funções práticas como presidente do Clube de Madri, cargo que ele exerce formalmente desde 1º de janeiro.
O clube é um organismo formado por 33 ex-chefes de Estado e do governo, cujo objetivo é contribuir para a consolidação da democracia. Seus membros participam como consultores de países que estão passando por transições políticas ou querem aprimorar a democracia que já possuem.
"Fernando Henrique Cardoso discutirá os projetos do Clube de Madri com o rei Juan Carlos, que é presidente de honra da instituição e se interessa particularmente por suas atividades", diz Hidalgo.
A cerimônia de posse de FHC como presidente da organização só ocorrerá de fato em 19 de março, em Nova York. O ex-presidente Bill Clinton, membro da instituição, será o anfitrião do evento. Para exercer a presidência do clube, FHC deverá receber cerca de US$ 60 mil por ano. Seu mandato durará dois anos.
"Temos muito trabalho a fazer, em vista das ameaças à democracia em vários países, mas não vamos sobrecarregar Fernando Henrique Cardoso", afirma Hidalgo. FHC poderá trabalhar em São Paulo, onde pretende montar um escritório, mantendo contato com os membros do clube por teleconferência, e-mail ou telefone. Ele terá que viajar ao exterior com alguma frequência.
Ainda hoje FHC participa de reunião com a equipe central da Cúpula Iberoamericana. À noite, haverá um jantar oferecido pela Embaixada do Brasil a alguns membros da Cúpula.
FHC fará duas conferências em Madri. A primeira, amanhã, num evento organizado pelo Banco Santander Central Hispano, seguida de um jantar oferecido pelo presidente do banco, Emilio Botín. A segunda, na quinta, foi planejada pela Fundação para as Relações Internacionais e o Diálogo Exterior (Fride) e terá como tema "O papel do multilateralismo nas relações internacionais contemporâneas".


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