São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Arena revisitada
Deputados do PP afirmam que houve acordo para trocar a absolvição do correligionário Pedro Henry (MT) no Conselho de Ética por votos favoráveis da maioria dos 51 deputados do partido à salvação de Roberto Brant (PFL-MG) em plenário.

Dança das cadeiras
A senha para o acordo foi dada pelo PP, que ensaiou trocar Pedro Canedo pelo mais maleável Celso Russomano na votação de Brant no Conselho. Depois, o PFL substituiu Moroni Torgan (CE), pró-cassação de Henry, por Fernando de Fabinho (BA), último suplente na comissão.

Hora do lanche
Na sessão que livrou Pedro Henry, o já salvo Sandro Mabel (PL-GO) distribuía biscoitos de sua fábrica. Júlio Delgado (PSB-MG), que votou pela cassação, comentou: "Da próxima vez vou dar salgadinhos sabor pizza".

Licença cara 1
Embora afastado desde setembro por alegadas razões de saúde, José Janene (PP-PR) tem usado todo mês o total da verba de R$ 10 mil para despesas de trabalho nos Estados a que os deputados têm direito -isso quando não excede o limite.

Licença cara 2
Em outubro, o líder da bancada do PP e expoente do mensalão gastou R$ 10,2 mil. Em novembro, R$ 18,57 mil -dos quais R$ 5,4 mil em "combustíveis para embarcações". Em dezembro, Janene repetiu o gasto do mês anterior, e em janeiro torrou R$ 15,09 mil.

Segura o homem
Ao sair de encontro com o secretário do Tesouro americano, John Snow, o ministro da Fazenda brasileiro foi orientado por sua assessoria a tomar cuidado com o chão da rua, escorregadio devido ao mau tempo em Moscou. Bem-humorado, ele se virou para os repórteres e sugeriu a manchete: "Palocci cai".

Casa de esquina
O Planalto não sabia que a pesquisa Ipsos esmiuçada na quarta-feira para um seleto grupo de ministros foi apresentada pelo instituto, no mesmo dia, à cúpula do PSDB. Os tucanos igualmente ignoravam que o material havia sido oferecido a seu principal adversário.

Vôo solo
Örjan Olsén, respeitado profissional de pesquisas eleitorais e de opinião pública, anunciou anteontem seu desligamento do instituto Ipsos. Seguirá como consultor em empresa própria, a Analítica, além de dar aulas de marketing político na Fecamp.

Veterano
Será a segunda, e não a primeira vez, que Lula levará ao Congresso a mensagem de abertura do ano legislativo, na próxima terça-feira. O presidente participou da cerimônia em 2003.

Mãos à obra
No encontro que terá terça-feira com Luis Alberto Moreno, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Lula discutirá o novo modelo de financiamentos de longo prazo da instituição, em reais e não mais em dólares, para facilitar o acesso de pequenos e médios municípios ao crédito.

Pró-transposição
Divisor de opiniões, o projeto do governo federal para a transposição das águas do rio São Francisco ganhou o apoio do Cofecon, entidade que reúne os conselhos de economia das cinco regiões do país.

Caso clínico
Do deputado estadual Campos Machado (PTB), da base de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), sobre as dificuldades impostas pela oposição para votar o Orçamento paulista de 2006: "A Assembléia não pode sair do campo político e partir para a insanidade".

TIROTEIO

De Marcelo Semer, presidente da Associação Juízes para a Democracia, sobre o comportamento do presidente do Supremo Tribunal Federal:
-O comportamento de juiz-candidato de Nelson Jobim constrange toda a magistratura. Que sirva de alerta ao Senado ao examinar o perfil de futuros ministros. O STF não precisa de outro "líder do governo".

CONTRAPONTO

Vocação oposicionista

Em recente reunião de líderes, Aldo Rebelo (PC do B-SP) pediu agilidade na apresentação de relatórios sobre as medidas provisórias em pauta. Diante da cobrança do presidente da Câmara, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou:
-O governo faz restrições ao relatório sobre a MP 269.
Aldo estranhou, pois o relator da matéria, que trata de criação e reestruturação de cargos, é o petista Marco Maia (RS).
-Líder, nomeei esse relator por julgar que era o mais governista possível-, brincou Aldo.
-Mas temos divergências e vamos querer discutir o parecer-, insistiu Chinaglia.
O líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), aproveitou para fazer piada:
-Pelo jeito, teremos de arranjar outro partido para ancorar a base do presidente Lula no Congresso. O PT, como se vê, nunca é governista o bastante.


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