São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Novo velho núcleo

O acordo que uniu a turma da "refundação" ao antigo Campo Majoritário do PT não isolou só os grupos de Marta Suplicy e do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, na cúpula do partido. O Planalto trabalhou para minar a força da ala mais identificada com o ex-ministro José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha, que sequer apareceu na reunião do fim de semana.
Mais próximo de Lula, o novo comando tirou das mãos de Paulo Frateschi, secretário de Organização e aliado de Dirceu e Cunha, o GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral), que coordenará as campanhas nos municípios. O trabalho foi assumido pelo próprio presidente do PT, Ricardo Berzoini, que tenta recompor seu trânsito no Planalto após a crise dos aloprados.

Investimento. Ao abraçar o antigo Campo Majoritário, grupo que o motivou a pedir a "refundação" do PT após a crise do mensalão, o ministro da Justiça, Tarso Genro, busca recolocar seu nome na lista de pré-candidaturas do partido ao Planalto em 2010.

Extra-oficial. Os excluídos da cúpula petista dizem que a Executiva Nacional do partido perderá força com a nova composição. "Quem controla mesmo os delegados está de fora. Então, as decisões que valerão mesmo não serão tomadas ali", diz um deputado.

Incremento 1. Em 2001, ano da morte de Mario Covas, a Casa Civil do governo paulista gastou R$ 38 mil com os cartões de despesa. Em 2002, com Geraldo Alckmin totalmente instalado no Palácio dos Bandeirantes e em campanha pela reeleição, as despesas foram de R$ 703 mil.

Incremento 2. Os gastos totais com cartões de despesa do governo tucano em São Paulo também cresceram no período. Em 2001 foram de R$ 5,4 milhões. Em 2002 pularam para R$ 41 milhões.

Ah, bom... Alberto Goldman afirma que devolveu aos cofres públicos os US$ 111 referentes ao ingresso de uma peça de teatro a que assistiu em Nova York, em maio de 2007. O vice-governador paulista apresentou nota da despesa, que acabou contestada pelo TCE. "O erro foi corrigido rapidamente. As contas foram aprovadas", diz o tucano.

Campanha. Neste ano eleitoral, o partido que tem o maior número de prefeituras pelo país, o PMDB, foi o que mais gastou verba indenizatória nas férias da Câmara: R$ 608 mil usados por 67 deputados. Em segundo está o DEM: R$ 443 mil usados por 43.

Exponencial. A Petrobras estima que serão necessárias dez novas plataformas para dar conta do potencial do megacampo de Tupi, na bacia de Santos. Cada uma não sairá por menos de R$ 1,2 bilhão.

No grito. O PMDB está dando como fato consumado que terá mais duas diretorias em Furnas: um indicado pelo líder do Senado, Valdir Raupp (RO), irá para a diretoria de Construções; outro, da cota do nanico PSC, irá para a diretoria de Operação do Sistema.

Sub judice. Lívio Assis, indicado pelo deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), ainda não recebeu o aval da Abin para assumir a presidência da Eletronorte. No governo, a situação de Assis recebe a avaliação de "problemática".

Usucapião. Um auxiliar de Lula traduz a dificuldade na troca de cadeiras nos cargos federais, em especial no setor elétrico: "O duro é você convencer alguém que ficou um ano no cargo de que ele é interino. O sujeito se acha titular".

Não-assunto. O PSDB chamou suas principais lideranças, incluindo José Serra e FHC, para um encontro nacional de vereadores no dia 15 de março, em São Paulo. A sigla prepara o espírito do público para evitar que o evento vire um ato pró-candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura da capital. O tema central do encontro: "parlamentarismo a partir dos municípios".

Vôo solo. Favorito na corrida pelo comando de São Bernardo do Campo, o ex-prefeito Maurício Soares (PSB) rompeu aliança com o tucano Orlando Morando, deputado estadual que ocuparia a vaga de vice em sua chapa.

Tiroteio

O governo, que distribui os modestos cartões do Bolsa Família, instituiu o Boca Família, em que se gasta à vontade no cartão corporativo.


Do presidente do DEM, deputado RODRIGO MAIA (RJ), sobre as despesas pagas com os cartões corporativos do governo federal.

Contraponto

Não se esqueça de desligar...

As principais lideranças do DEM discutiam em São Paulo, dias atrás, a estratégia eleitoral da sigla para 2008. Tudo corria bem até que a reunião de trabalho foi interrompida por uma gritaria:
-Iarley toca para Luís Adriano, que toca para Adriano Gabiru. É goooool! O Inter vai ser campeão do mundo!!!
Perplexos, os "demos" se entreolharam. O gaúcho Onyx Lorenzoni explicou, constrangido:
-É o toque do meu celular...
Tratava-se da narração do gol do Inter sobre o Barcelona, na conquista do Mundial Interclubes do ano passado.


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