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Dilma diz que deve sair do gabinete, e FHC quer candidato
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) assumiu
ontem, em Brasília, o discurso
de candidata e disse que é hora
"de sair dos gabinetes", o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso pediu a deputados, em
São Paulo, que o PSDB defina
logo seu concorrente à sucessão do presidente Lula.
Ao ser indagada se atenderia
ao pedido de integrantes da Direção Nacional do PT de participar de reuniões frequentes
com militantes petistas, partidos aliados e movimentos sociais, a ministra afirmou que
vai "aceitar a sugestão".
"Acho que um dos papéis do
governo hoje é sair dos gabinetes, porque nós construímos o
processo pelo qual estamos
conseguindo enfrentar a crise
em melhores condições." Ela
disse que percorrerá o país para
fiscalizar as obras do PAC.
"O olho do dono engorda o
boi. O PAC é o nosso boi, e é um
boi já bem gordinho", disse Dilma ao chegar na festa de comemoração dos 29 anos do PT,
realizada ontem, em Brasília.
Ao adotar o discurso de candidata -afirmou que o PT está
"maduro" para fazer um leque
de alianças amplo-, a ministra
disse que o PT é o único partido
de massas "que o país teve em
sua história".
Tucanos
Em um encontro com dez deputados tucanos em São Paulo,
o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso defendeu a
rápida definição do candidato
do PSDB à Presidência.
FHC lembrou que o PT já
lançou a candidatura de Dilma
ao cargo. E, de acordo com o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), "alertou para o perigo" de subestimá-la.
Na reunião, proposta pelo
movimento de dissidentes da
bancada, FHC sugeriu que os
deputados canalizassem sua
energia para o combate ao PT
-e não para a briga interna.
Para ele, há grandes chances
de o PSDB eleger o presidente,
mas "não será uma guerra fácil". Na conversa, FHC disse
que, sem candidato, a oposição
fica sem porta-voz. Ele duvidou
do risco de o governador Aécio
Neves -com quem conversara
na véspera- deixar o partido.
(RANIER BRAGON e CATIA SEABRA)
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