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DEM indica ACM Neto para a corregedoria da Câmara
Deputado concorre com pedetista Manato à vaga deixada por Edmar Moreira
Temer desistiu de colocar em votação projeto que criaria uma corregedoria separada da Mesa; DEM adiou expulsão de Edmar
MARIA CLARA CABRAL
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Antônio Carlos
Magalhães Neto (BA) foi indicado pelo DEM para concorrer
aos cargos de segundo-vice-presidente e corregedor da Câmara no lugar de Edmar Moreira (DEM-MG), que, alvo de denúncias, renunciou aos postos.
ACM Neto recebeu o apoio
das principais legendas e iria
concorrer sozinho até as 22h de
ontem, quando Manato (PDT-ES) registrou sua candidatura.
Para se eleger, ACM precisa
vencer a resistência do baixo
clero, que escolheu Moreira.
O acordo que lançou o nome
de ACM Neto, considerado capaz de evitar o vexame de perder uma disputa solitária, foi
costurado com o aval do presidente da Casa, Michel Temer
(PMDB-SP). Com isso, Temer
recuou da ideia de colocar em
votação projeto que criaria
uma corregedoria independente da Mesa Diretora.
Ontem, o DEM também
adiou a decisão de expulsar sumariamente Edmar Moreira. O
presidente da sigla, deputado
Rodrigo Maia (RJ), disse que,
em sua visão, o ex-corregedor
já não faz mais parte do partido,
uma vez que ele pediu ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
sua desfiliação.
Mas a decisão segue cautela
sugerida pelos advogados do
partido. Eles temem perder a
vaga de Moreira na Câmara caso o TSE entenda que ele sofreu
perseguição política. Além disso, o DEM também quer evitar
uma retaliação em massa do
baixo clero na votação de hoje.
Acusado de omitir da sua declaração de bens um castelo em
Minas, Moreira pretende migrar para o PTB, presidido pelo
deputado cassado Roberto Jefferson (RJ), que defendeu o colega. "Ele caiu no imaginário da
população por causa do castelo.
Hoje, ou se é bruxa ou princesa.
E ele sai da história como bruxa, mas não é bandido."
Ao recuar da decisão de uma
corregedoria independente,
Temer anunciou a criação de
uma comissão para analisar a
ideia, fato que virou piada entre
os deputados -uma frase do
folclore político de Brasília diz
que, quando não se quer tomar
decisão, cria-se uma comissão.
Sem medo
Neto do senador morto Antônio Carlos Magalhães
(DEM), ACM Neto, 30, chegou
ao Congresso em 2003. Ganhou fama no caso do mensalão, em 2005, quando foi um
dos parlamentares de oposição
mais atuantes na CPI dos Correios. Em quase dez anos de vida pública, ACM Neto construiu uma pequena fortuna, fazendo saltar o seu patrimônio
de R$ 57 mil, em 2000, para
R$ 1,64 milhão, em 2008. Ele
disse não temer ter a vida devassada se virar corregedor: "Se
tivesse, não me candidataria".
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