|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Base cochila e Dilma terá de ir ao Senado
Oposição aprova convocação para que
petista fale sobre temas como aborto
Ministra será obrigada a
comparecer sob pena de
responder por crime de
responsabilidade; data
ainda não foi marcada
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição aproveitou a ausência de governistas e aprovou
ontem a convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil)
para depor na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) do
Senado sobre o Plano Nacional
de Direitos Humanos.
Dilma será obrigada a comparecer sob pena de responder
por crime de responsabilidade.
A data ainda não foi marcada.
Os aliados tentaram evitar,
mas chegaram tarde à reunião.
O requerimento, da senadora
Kátia Abreu (DEM-TO), não
constava da pauta. Com isso, a
oposição, mesmo em minoria,
conseguiu aprovar a convocação por 9 votos a 7.
Em ano eleitoral, o objetivo é
obrigar a ministra, candidata
de Lula à sucessão presidencial,
a se posicionar sobre temas polêmicos que constam do plano
como reforma agrária, legalização do aborto, casamento civil
entre pessoas do mesmo sexo e
comissão da verdade, criada pelo governo para investigar crimes contra os direitos humanos durante a ditadura militar.
A aprovação do requerimento foi classificada pelo líder do
PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), como "aberração".
Ele disse que recorrerá ao plenário da Casa para invalidar a
votação com o argumento de
que o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO),
impediu que todos os senadores discutissem o assunto.
"Eles perderam porque não
trabalham. O pessoal do governo tem que trabalhar", disse
Demóstenes. Ele afirmou que
vai procurar Dilma para marcar
o depoimento para março, "antes que ela deixe o cargo".
O senador Eduardo Suplicy
(SP), único petista na comissão
desde o início da reunião, tentou, sem sucesso, trocar a ministra por Franklin Martins
(Comunicação Social). O ministro acabou apenas convidado a comparecer.
A oposição argumentou que
a Casa Civil revisou o Programa
Nacional de Direitos Humanos.
"Ela é a responsável por ler tudo o que o presidente assina.
Ser governo tem ônus e bônus",
disse Kátia Abreu, que preside
a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Os ruralistas condenam o plano porque ele propõe que sejam feitas audiências públicas
antes de um juiz decidir se concede reintegração de posse no
caso de invasão de terra.
A Casa Civil não se manifestou sobre a convocação até a
conclusão desta edição.
Texto Anterior: STM: General mantém declaração sobre homossexuais no exército Próximo Texto: FHC fez da Cultura "balcão de negócios", diz PT Índice
|