DA REPORTAGEM LOCAL

Alheio às críticas feitas à sua atuação como procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, José Geraldo Brito Filomeno, 54, afirma que cumpriu todas as propostas feitas durante a campanha, que manteve o alto padrão da instituição e que "pensa" em sua aposentadoria, após 30 anos de trabalho no Ministério Público.
Na avaliação de procuradores e de promotores, Filomeno, que deixa o cargo no próximo dia 20, realizou uma gestão apática. Eles apontam, por exemplo, a falta de empenho do órgão nas investigações e o distanciamento nas questões consideradas importantes, como o combate ao crime.
Pessoas próximas ao procurador-geral, no entanto, garantem que boa parte das críticas provém da diferença de estilos entre ele e seu antecessor no cargo, Luiz Antonio Guimarães Marrey. Segundo eles, enquanto Marrey defendia publicamente o órgão, Filomeno adotou um estilo mais discreto, buscando preservar sua imagem de homem público.
"Pessoalmente, eu não tenho aparecido [na mídia" como se pretendia. Mas o Ministério Público apareceu na medida adequada. Sempre incentivei nossa assessoria de imprensa a intermediar o contato de promotores com jornalistas. Não quero criticar gestões anteriores, mas acho que o órgão apareceu da maneira mais correta", disse.
Para refutar às críticas, a assessoria de Filomeno irá distribuir, nesta semana, um relatório sobre os dois anos de seu governo.
"O meu programa de campanha tinha 14 itens. Cumpri exatamente todos. Alguns não de forma tão completa porque dependeu de terceiros também", disse.
Um dos itens, segundo ele, foi a democracia institucional. "Percorri o Estado inteirinho, ouvi promotores sobre suas necessidades e implementei a maioria das coisas que havia prometido. Cada promotor, por exemplo, tem hoje o seu computador." (LC)


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