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JUDICIÁRIO
Ações contra CEF, INSS e FGTS teriam sido beneficiadas
3 juízes do TRF no Rio são acusados de improbidade administrativa
DA SUCURSAL DO RIO
Três juízes do TRF (Tribunal
Regional Federal) da 2ª Região,
no Rio, estão sendo investigados
pelo Ministério Público Federal
por suspeita de cometer improbidade administrativa.
Eles teriam beneficiado advogados em ações que envolviam recursos públicos milionários da
CEF (Caixa Econômica Federal),
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) e do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço), entre outras instituições, conforme a edição de ontem do jornal "O Globo".
O inquérito civil público aberto
pelo Ministério Público Federal
investiga os juízes Antônio Ivan
Athié, Francisco Pizzolante e José
Ricardo de Siqueira Regueira.
Apura também o suposto favorecimento dos juízes aos advogados
que moviam a maioria das ações:
Beline José Salles Ramos e José
Francisco Franco Oliveira.
Segundo "O Globo", Athié e Regueira permitiram que os autores
de uma ação movida por Beline
Ramos validassem R$ 1,3 bilhão
em apólices da dívida pública do
tempo do império, consideradas
"moedas podres" no mercado financeiro , para quitar dívidas
com o INSS. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu a decisão.
Os três juízes teriam também
decidido pelo pagamento de
ações que envolviam quantias milionárias. Em um dos processos,
Athié deu prazo de 24 horas para
que a CEF pagasse R$ 3,2 milhões
em dívidas do FGTS. O valor foi
estipulado por sindicatos que
moviam a ação contra a CEF, que
contestava o valor.
Segundo Athié, ouvido ontem
pela Folha, o curto prazo dado
para a CEF foi um procedimento
normal. "Em execução, o prazo
para pagamento é de 24 horas. A
intimação ocorreu após a Caixa
apresentar defesa, devidamente
analisada." Sobre as apólices,
Athié disse que "a sentença que
entendeu válidas as apólices está
submetida ao duplo grau de jurisdição, não foi executada e, em
consequência, nenhuma dívida
do INSS foi quitada com elas".
Nota do STJ
Ontem, o presidente do STJ,
Paulo Costa Leite, em nota oficial,
afirmou que as "denúncias contra
juízes do Rio terão investigação
ampla e rápida no Poder Judiciário" e que, "se as suspeitas forem
confirmadas, os juízes serão devidamente punidos, como qualquer outro cidadão que cometa
um crime."
A Folha tentou falar com os outros juízes e advogados. De manhã, foi deixado recado na casa do
advogado José Francisco de Oliveira. Até o fechamento desta edição, ele não havia respondido.
Nos telefones que constavam da
lista telefônica em nome do juiz
Pizzolante e de Beline Ramos,
ninguém atendeu as ligações. O
juiz Regueira informou que não
comentaria o assunto.
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