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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Posto avançado
Em desvantagem numérica, a oposição tentará criar
hoje, na sessão que traçará a agenda da CPI dos Cartões Corporativos, as sub-relatorias de Sistematização e de Fiscalização e Controle. Oficialmente, o objetivo é desafogar a presidente, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), e o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). Na prática, porém, trata-se de entregar um desses novos postos ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), colocando-o na linha de frente das investigações
para "organizar provas" e "sistematizar documentos".
Autor do requerimento da CPI, Sampaio municiaria a
tropa demo-tucana, reduzindo a margem de manobra
do relator petista.
Nem vem. Nos bastidores,
a base do governo já se rebela
contra o truque da oposição.
"Se essa idéia avançar, vamos
propor a sub-relatoria das
contas tipo B", reage um petista com cadeira de titular na
CPI. Ele se refere à modalidade de suprimento de fundos
mais usada no período FHC.
Escalação. O governo resolveu substituir três senadores
de perfil "pouco combativo"
inicialmente indicados para a
CPI: Fátima Cleide (PT-RO),
João Ribeiro (PR-TO) e Serys
Slhessarenko (PT-MT).
Básico. O PSDB preparou
lista de requerimentos para
votar já nas primeiras sessões.
São pedidos de documentos
ao TCU, Ministério Público e
Controladoria Geral da
União, além da convocação de
ministros citados em denúncias de mau uso dos cartões.
Fominha. Exceto por Tião
Viana (PT-AC), que presidiu o
Senado interinamente, foi
Mão Santa (PMDB-PI) quem
comandou mais sessões em
2007 -96, segundo relatório
divulgado ontem. Protagonista da crise, Renan Calheiros
(PMDB-AL) presidiu 78.
Água no chope. O tradicional rodízio entre PMDB e
PT, da Câmara e do Senado,
nos principais cargos da Comissão de Orçamento está
ameaçado. O DEM, segunda
bancada no Senado, pleiteia o
direito a designar o relator da
peça de 2009, já que o PMDB
da Câmara quer ficar com a
presidência da comissão.
Municipal. Líder nas pesquisas sobre a sucessão paulistana, Geraldo Alckmin
(PSDB) fez uma visita à casa
de Paulinho (PDT), que também anuncia a intenção de
concorrer. Dias depois, o deputado esteve com Aécio Neves, incentivador-maior da
candidatura Alckmin.
Presidencial. Aécio manifestou a Paulinho o desejo de
"construir um trabalho em
São Paulo" com o bloco formado por PDT, PSB e PC do B.
Sinalização. Embora Alckmin tenha dito a Paulinho que
gostaria de fazer uma aliança
"à esquerda", Romeu Tuma
(PTB) segue líder na bolsa de
apostas para vice do tucano.
Uni-duni-tê. Com a decisão do PSB de não lançar Luiza Erundina, o presidente estadual do partido, Márcio
França, propõe que o candidato do bloco seja escolhido a
partir de uma pesquisa que
avalie o potencial de Paulinho
e de Aldo Rebelo (PC do B).
Vida real 1. Os petistas
mais próximos de Marta Suplicy não trabalham com a hipótese do retorno da ministra
à pasta do Turismo caso perca
a eleição paulistana. Sabem
que Lula não faria esse gesto.
Vida real 2. Da mesma
forma, o grupo da ex-prefeita
dá importância apenas relativa à escolha do vice, por achar
que Marta teria escassas
chances de sucesso caso tentasse repetir o movimento de
José Serra, deixando o cargo
para concorrer ao governo.
Bis. Marcelo Teixeira, marqueteiro de Paulo Maluf (PP)
em 2004, quando o ex-prefeito não chegou ao segundo turno, deverá reassumir a função
na campanha deste ano.
Tiroteio
"Nossa elite branca, que tanto se incomoda
com o continuísmo de Chávez, não vê problema
no fato de Uribe querer mudar a regra
do jogo para disputar o terceiro mandato."
Do ex-governador paulista CLÁUDIO LEMBO (DEM), apontando diferença de parâmetros na avaliação dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe.
Contraponto
Vice e figurante
Em 1994, Jutahy Júnior disputou o governo da Bahia
tendo como principal adversário Paulo Souto, candidato
do então poderoso Antônio Carlos Magalhães. A campanha do pefelista, que viria a ganhar a eleição, era bem
mais rica que a do tucano, cabeça de uma chapa integrada
por Sérgio Gaudenzi (vice) e Waldir Pires (Senado).
Num comício de Jutahy no interior, chegou-se ao extremo da penúria: havia mais gente em cima do palanque do
que no chão assistindo aos discursos. Coube a Gaudenzi,
hoje presidente da Infraero, uma sugestão de emergência:
-Olha, se vocês quiserem, eu posso ir lá pra baixo agora
mesmo e fazer número na platéia!
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