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Lupi acusa imprensa de acumular "ódio"
Ministro repete crítica a "setores" da mídia e afirma que "não há "possibilidade de corrupção" na pasta sob seu comando
Sobre saída do comando do PDT, ele afirma que só pediu licença; reportagens sobre convênios do Trabalho, diz Lupi, têm um viés político
Marcello Casal Jr - 27.fev.2008/Agência Brasil
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Carlos Lupi, que diz não haver irregularidades em convênios |
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, atacou ontem a imprensa e disse que denúncias a
ações de sua pasta são fruto de
"ódio acumulado" contra ele.
Em discurso na abertura da feira de alimentos 20ª Super Rio
Expofood, no Rio, Lupi fez uma
comparação do atual crescimento econômico do país com
o dos anos de regime militar e
afirmou, em tom contrariado,
que "a liberdade de imprensa
está aí para falar verdade e algumas inverdades".
O ministro disse que as reportagens sobre supostas irregularidades de convênios da
pasta do Trabalho com ONGs e
fundações -muitas ligadas ao
seu partido, o PDT- têm origem em "opiniões políticas".
"A gente gera [ódio], infelizmente, por pessoas que não
pensam como nós, que não gostam da gente. Geramos alguns
ódios e a esses que odeiam vou
responder com mais trabalho,
criação de empregos, combate
ao trabalho escravo. Com a
consciência tranqüila de quem
trabalha para o bem, com honestidade e transparência",
disse, em entrevista.
Questionado sobre de onde
vinha esse ódio, respondeu:
"Vocês é que devem saber mais
do que eu, porque são vocês que
fazem. Trabalho pela paz e só
vejo [ódio] de alguns setores
[da imprensa]."
Ao ser abordado por jornalistas em um intervalo do evento,
Lupi pediu gentilmente aos repórteres que aguardassem o
término da cerimônia. Porém,
ironizou: "Depois vocês vão falar mal de mim, mesmo... Vocês
não gostam de mim".
Lupi afirmou que não teme
acusações. "Tenho 30 anos de
vida pública honesta, não tenho
nenhum tipo de denúncia. Afirmo que dentro do Ministério
do Trabalho, sob o meu comando, não há possibilidade de ato
de corrupção."
Ele também alegou ter se
afastado da presidência do PDT
-medida recomendada pelo
Conselho de Ética da Presidência da República, fato que originou a crise- para tentar diminuir resistências contra si.
"Pedi licença. Tenho mandato até 2009 [no PDT], mas tendo em vista a incompreensão,
tanto ódio acumulado, [pensei]: "Deixa eu me licenciar para
ver se esse ódio amaina"."
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