São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Lupi acusa imprensa de acumular "ódio"

Ministro repete crítica a "setores" da mídia e afirma que "não há "possibilidade de corrupção" na pasta sob seu comando

Sobre saída do comando do PDT, ele afirma que só pediu licença; reportagens sobre convênios do Trabalho, diz Lupi, têm um viés político

Marcello Casal Jr - 27.fev.2008/Agência Brasil
Carlos Lupi, que diz não haver irregularidades em convênios


DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, atacou ontem a imprensa e disse que denúncias a ações de sua pasta são fruto de "ódio acumulado" contra ele. Em discurso na abertura da feira de alimentos 20ª Super Rio Expofood, no Rio, Lupi fez uma comparação do atual crescimento econômico do país com o dos anos de regime militar e afirmou, em tom contrariado, que "a liberdade de imprensa está aí para falar verdade e algumas inverdades".
O ministro disse que as reportagens sobre supostas irregularidades de convênios da pasta do Trabalho com ONGs e fundações -muitas ligadas ao seu partido, o PDT- têm origem em "opiniões políticas".
"A gente gera [ódio], infelizmente, por pessoas que não pensam como nós, que não gostam da gente. Geramos alguns ódios e a esses que odeiam vou responder com mais trabalho, criação de empregos, combate ao trabalho escravo. Com a consciência tranqüila de quem trabalha para o bem, com honestidade e transparência", disse, em entrevista.
Questionado sobre de onde vinha esse ódio, respondeu: "Vocês é que devem saber mais do que eu, porque são vocês que fazem. Trabalho pela paz e só vejo [ódio] de alguns setores [da imprensa]."
Ao ser abordado por jornalistas em um intervalo do evento, Lupi pediu gentilmente aos repórteres que aguardassem o término da cerimônia. Porém, ironizou: "Depois vocês vão falar mal de mim, mesmo... Vocês não gostam de mim".
Lupi afirmou que não teme acusações. "Tenho 30 anos de vida pública honesta, não tenho nenhum tipo de denúncia. Afirmo que dentro do Ministério do Trabalho, sob o meu comando, não há possibilidade de ato de corrupção."
Ele também alegou ter se afastado da presidência do PDT -medida recomendada pelo Conselho de Ética da Presidência da República, fato que originou a crise- para tentar diminuir resistências contra si.
"Pedi licença. Tenho mandato até 2009 [no PDT], mas tendo em vista a incompreensão, tanto ódio acumulado, [pensei]: "Deixa eu me licenciar para ver se esse ódio amaina"."


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