São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2000


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PAINEL

Na bandeja

Chegaram a um ponto insustentável os desentendimentos entre José Carlos Dias (Justiça) e Wálter Fanganiello Maierovitch, secretário nacional Antidrogas. O ministro mandou um recado ontem ao presidente: ou um ou outro sai do governo.

Sem eufemismos

Dias (Justiça) teve uma conversa áspera com Pedro Parente (Casa Civil), por volta das 17h30. Reclamou da ingerência de Maierovitch (Antidrogas) na PF. E avisou que não é político, não depende do ministério e não tem apego pelo poder.

Duplo comando

O pivô da crise entre Dias (Justiça) e Maierovitch é o general Alberto Cardoso, da Casa Militar, a quem o segundo está subordinado. Desde a criação da Secretaria Nacional Antidrogas, nunca ficou claro de quem é o comando do combate ao narcotráfico. Justiça e Casa Militar sempre bateram cabeça.

Papel de bobo

Na Polícia Federal, comenta-se que a corporação é ridicularizada em congressos internacionais. Seria o único país do mundo em que as operações secretas vazam à imprensa, via Secretaria Nacional Antidrogas, antes de serem postas em prática.


E agora, Geraldo?

Valdemar Costa Neto (PL-SP) cobrou de Geraldo Brindeiro o acompanhamento das investigações em Miami relacionadas ao "Dossiê Caribe". Quando o caso passou por suas mãos, o procurador-geral da República mandou arquivá-lo. E rápido.

Um passo atrás

FHC deve fazer concessões ao PFL na negociação do mínimo. Sem abrir mão dos R$ 151. Não tem interesse em uma vitória "sangrenta" no Congresso só para dizer que derrotou ACM.

2002 pela frente

FHC tem conversado com todos os partidos da aliança, inclusive PFL. Avalia que aprova o mínimo de R$ 151 sem dificuldades. Mas racha a base, o que pode atrapalhar planos futuros.


Publicado

Rumores sobre a alegada existência de um filho do presidente FHC que seria fruto de ligação extraconjugal foram transformados em reportagem pela revista "Caros Amigos", publicação de esquerda editada em São Paulo. Nenhuma das partes envolvidas confirma a veracidade da história, nem se mostra disposta a levá-la a público. O caso envolve uma criança de oito anos.

Esfera particular

A política da Folha tem sido a de considerar que tais situações devem permanecer na esfera particular enquanto não houver indício de que interfiram na administração pública ou alguma das partes declarar-se injustamente prejudicada pelo comportamento da outra. O jornal pretende manter essa posição, a menos que o material publicado produza consequências políticas de relevo.

Jeitinho brasileiro

Sem dinheiro do BNDES para entrar na disputa do Banespa, os bancos brasileiros podem ganhar prazo maior para pagar o ágio que se dispuserem a dar no leilão. Projeto em estudo: quanto maior for o ágio, maior seria o prazo e menor a taxa de juros do financiamento.

Prós e contras

A proposta de financiar o ágio que os bancos brasileiros pagariam pelo Banespa é de Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ). No governo, conta com a simpatia de José Serra (Saúde). Mas Armínio Fraga (BC) avalia que o projeto embute subsídios e tem problemas jurídicos.

Xerife na linha

Romeu Tuma (PFL) e Luiz Antonio Fleury (PTB) almoçaram ontem para discutir uma possível coligação na eleição de outubro em São Paulo. O ex-governador tenta evitar que o partido, como quer o diretório estadual, apóie a candidatura do tucano Geraldo Alckmin.

TIROTEIO

Da filósofa Marilena Chaui, durante seminário do PT sobre o socialismo, realizado ontem em São Paulo:
- O fascínio que a social-democracia exerce sobre nós vem do fato de nunca termos dito com todas as letras o que entendemos ser um partido socialista. Me desculpem, mas socialismo implica propriedade coletiva dos meios de produção.

CONTRAPONTO

Mudança de papel
O deputado José Genoíno (PT-SP) passou o último fim-de-semana em Aracaju (SE), em companhia do colega de bancada Marcelo Déda.
Ao chegar à cidade, na sexta passada, não deu outra: o assunto de todas as rodas era o debate entre ACM Jader Barbalho, que paralisara o Congresso dois dias antes.
Todos queriam saber a opinião de Genoíno sobre o episódio, classificado pelos próprios protagonistas como sendo um "striptease moral".
O petista repetia sempre a mesma prosa: fora constrangedor para o Congresso e que é preciso apurar as denúncias de lado a lado.
Numa roda, alguém comentou que assistira ao duelo pela TV e ficara impressionado com a expressão de Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL:
- Ele estava constrangido!
Déda não deixou passar a oportunidade:
- O constrangimento do PFL é que sua especialidade nunca foi o striptease, mas o adultério!

E-mail: painel@uol.com.br


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