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ELEIÇÕES 2000
Ex-prefeito tentará quarto mandato do PT em Porto Alegre
Genro atribui escolha à
aproximação de facções
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O candidato do PT à Prefeitura
de Porto Alegre, Tarso Genro,
atribuiu sua vitória na prévia petista, domingo, à aproximação
entre facções internas, que chamou de "desbloqueio de tendências". Ele disse querer "irradiar" o
processo no PT em todo o país.
O "desbloqueio", segundo Genro, consiste em "desestabilizar a
contraposição neurótica e falsa
entre esquerda e direita, que estava em vias de se tornar uma disputa de aparelhos internos".
"O partido não quer estratificar
a direita, de um lado, e a esquerda,
de outro, como se fossem inimigos. Temos que circular os sistemas de alianças, as teses e as
idéias." Ele acrescentou que a base "não aguenta mais a estigmatização fácil" entre as facções.
Na avaliação de Genro, a aproximação "obteve um sucesso
magnífico" no Rio Grande do Sul,
onde ele venceu a prévia da capital com 59,53% dos votos, apoiado por cerca de dez tendências.
Ele só não teve o apoio de uma
corrente, a Democracia Socialista,
fiel a Raul Pont, o segundo colocado, com 28,4%. José Fortunati ficou em terceiro, com 10,69%.
Genro diz que não haverá "preconceito" em relação à DS.
Tarso Genro, que já foi prefeito
de Porto Alegre entre 1993 e 1996,
tentará o quarto mandato consecutivo do PT na prefeitura. O primeiro foi conquistado, em 1988,
por Olívio Dutra, atual governador do Estado.
Na madrugada de ontem, depois da divulgação oficial do resultado da prévia, Genro, Pont e
Fortunati concederam uma entrevista coletiva em que afirmaram que o PT estará unido para a
eleição de outubro.
Dutra, que apoiou Pont e saiu
derrotado, disse ter certeza de que
"a partir de agora todo o partido
se lança no trabalho em torno da
candidatura do companheiro
Tarso Genro para garantir mais
uma vitória na afirmação e no
aprofundamento do nosso projeto participativo em Porto Alegre".
Caso seja eleito prefeito, Genro
tem três metas principais: democratizar "ainda mais" o orçamento participativo (no qual a população pode opinar sobre a aplicação de recursos), investir na produção de tecnologia e combater a
miséria absoluta.
Segundo pesquisa do Datafolha
publicada em março, ele é o favorito para vencer a eleição, contando com 43% das intenções de voto. O deputado Alceu Collares
(PDT), ainda não definido como
candidato, aparece em segundo
lugar na pesquisa, com 14%.
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