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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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Só crescer não reduz a pobreza e a desigualdade, afirma ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Boa parte do documento elaborado pelo Ministério da Fazenda cuida de política social. A tese central do ministro Antonio Palocci Filho é que o crescimento econômico não resolve sozinho os problemas da pobreza e da desigualdade do país.
Segundo exercício mencionado no texto, o Brasil demoraria 25 anos, a um crescimento médio anual de 3% da renda per capita, para diminuir a pobreza extrema de 15% para 5% da população.
A equipe econômica rejeita a alternativa de lançar mão do aumento de gastos sociais para combater a pobreza. O dinheiro aplicado na área social no Brasil seria suficiente, mas mal gasto, conclui.
"Há poucas chances de que maiores gastos sociais no futuro tenham impactos significativos sobre a redução da desigualdade e da pobreza, caso a política social no país continue mal focalizada, beneficiando principalmente os segmentos não-pobres da população", afirma o documento.
Nesse capítulo, Palocci e sua equipe recuperam sugestões do relatório final da transição governamental que a administração Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu pôr em prática nos cem primeiros dias de mandato: a coordenação das políticas sociais para que elas sejam mais eficazes e dirigidas aos mais pobres, além da montagem de um sistema de avaliação dos impactos dos diferentes programas.
O documento recomenda ainda políticas educacionais "agressivas". A falta de escolaridade é apontada como um obstáculo ao crescimento da economia, além de mecanismo que perpetua a pobreza. O texto menciona que, entre 17 países analisados, somente a Guatemala e a Nicarágua tiveram um desempenho pior do que o do Brasil no que diz respeito ao aumento dos anos de escolaridade da população.


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