São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2005

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PAINEL

Pensando bem
Amargo para José Serra, o Datafolha sobre os três meses da gestão tucana em São Paulo fez subir a cotação de Marta Suplicy no encontro do PT. Simpatizantes de outros pré-candidatos ao governo estadual reconheceram que não esperavam resultado tão positivo para a ex-prefeita.

Ver para crer
Ao menos no discurso, Marta e João Paulo Cunha prometeram uma disputa limpa. O terceiro envolvido, Aloizio Mercadante, está na África com Lula.

Caso pensado
Foi proposital o clima morno da reunião do PT. Preocupados com os desgastes do governo, os cardeais decidiram por uma "repactuação" momentânea. A ordem das falas -Genoino, Palocci e Dirceu- sinalizou o tom.

Auto-ajuda
Na definição de um petista, Palocci foi "o encantador profissional de sempre" no encontro do Rio. Ouviu tudo com cara de interessado e distribuiu um estudo sobre os resultados da gestão econômica na tentativa de catequizar os presentes.

Tradição preservada
Para não perder o hábito, no final surgiram três comissões: uma vai elaborar a tese, outra formará a chapa da eleição interna e a última cuidará da sucessão nos diretórios estaduais.

Novo round
Propaganda do PT no ar hoje traz o secretário de Finanças de Serra mencionando, em depoimento à Câmara, o valor que a prefeitura teria aplicado no mercado financeiro. O slogan: "Dinheiro tem, falta competência".

Sala do diretor
Em conversa no sábado, os pefelistas Jorge Bornhausen, Cláudio Lembo e Gilberto Kassab instruíram o correligionário Rodrigo Garcia, eleito presidente da Assembléia à revelia de Geraldo Alckmin, a atuar "dentro dos limites do cargo" e sem ameaçar a aliança com o PSDB.

União na marra
José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) se reúnem na quarta-feira para tentar evitar nova derrota na Câmara, na reforma tributária. Aumenta a pressão na base pelo fatiamento da proposta, algo impensável para o governo.

Tudo a perder
Prefeitos pressionam pela votação em separado do aumento do Fundo de Participação dos Municípios. Os Estados tentam impedir a unificação do ICMS e, de quebra, engordar o fundo de desenvolvimento regional.

Bomba-relógio
Os governadores ainda querem que o Tribunal de Contas da União passe a fiscalizar a partilha dos impostos compartilhados com os Estados. E Severino Cavalcanti (PP-PE) insiste: será o primeiro item da pauta quando ela for liberada.

Com a barriga
Do governador Germano Rigotto (PMDB-RS) sobre a empacada reforma tributária: "Ela está sendo colocada para escanteio pela falta de empenho do governo e até mesmo pela pressão de alguns governadores, que estão jogando o assunto para nova fase de indefinição".

Kit completo
O Ministério das Cidades lança em maio uma campanha publicitária para divulgar a necessidade de 2.000 municípios com mais de 20 mil habitantes elaborarem o Plano Diretor até 2006. A investida vai ter documentário, comercial, spot de rádio, folder, CD e cartilha.

Sem medo de barulho
Os presidentes da Comissão de Assuntos Econômicos, Luiz Otavio (PMDB-PA), e da Comissão de Constituição e Justiça, ACM (PFL-BA), bateram boca na semana passada. "Não tenho medo do senhor", disse o senador paraense. "Mas tem medo dos tribunais", rebateu o baiano.

TIROTEIO

Do tucano José Aníbal, líder do governo na Câmara de Vereadores de São Paulo, sobre José Genoino ter dito que o PSDB é de direita e o PP é de centro:
-O Genoino já não tem mais instrumental para justificar o topa tudo que hoje domina o PT. Aí acaba fazendo o papel de bobo da corte.

CONTRAPONTO

Penitência da esquerda

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), aproveitou uma reunião com parlamentares da esquerda para cobrar, em tom bem-humorado, o fato de alguns deles não terem votado nele em fevereiro.
-Fiquei te procurando por um mês-, disse para Luciana Genro (PSOL-RS).
Logo em seguida virou-se para Babá (PSOL-PA):
-Esse aqui não me apoiou, mas não votou no outro.
Chico Alencar (PT-RJ) tentou mudar o foco para a ida, no dia seguinte, de Severino a Roma.
-Reze para que o Espírito Santo inspire os cardeais a escolherem um papa de nome Cláudio, Oscar ou Francis-, numa referência a "papáveis" de países do Terceiro Mundo.
Nem assim Severino sossegou:
-Francis não. Vou rezar para que um certo Francisco, conhecido como Chico, pare de criticar minha presidência.


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