São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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PAINEL

Bate-cabeça
A ala do PFL mais próxima a Jorge Bornhausen (SC) discordou da estratégia oposicionista de deixar para depois da Páscoa a audiência de Márcio Thomaz Bastos no Congresso. Também entre os tucanos há quem considere um erro o adiamento.

Conta outra 1
Não pára em pé a desculpa arranjada pela oposição depois de berrar aos quatro ventos que o ministro deveria se explicar o quanto antes sobre seu envolvimento no caso do caseiro.

Conta outra 2
O argumento é que seria preciso ouvir antes Jorge Mattoso e Arnaldo Malheiros na CPI dos Bingos. Os requerimentos do ex-presidente da Caixa e do criminalista nem foram votados.

Vai entender
Do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP): "Primeiro, a oposição coloca o ministro sob suspeição. Depois, quando ele se dispõe a esclarecer os fatos prontamente, recusa-se a ouvi-lo".

Saiu do forno
Deve seguir amanhã para a Câmara o projeto de reforma do ensino superior. Na semana passada, ao fim de longa novela, Lula arbitrou em favor do Ministério da Educação uma disputa com a Fazenda por verbas.

Cardápio de campanha
Como previa a proposta original, a reforma estabelece subvinculação de 75% dos recursos constitucionais da educação para as universidades federais. Lula apoiou o MEC depois de ouvir do ministro Fernando Haddad que o ensino superior precisa ser uma marca de seu governo.

Santo André 1
De quatro estatais questionadas pela Promotoria Criminal de Santo André sobre contratos publicitários com o jornal "Diário do Grande ABC", apenas o Banco do Brasil se negou a apresentar as notas fiscais sob o argumento de que isso feria o sigilo das agências de publicidade.

Santo André 2
A Promotoria investiga possível lavagem de dinheiro e favorecimento das empresas federais ao proprietário do jornal, Ronan Maria Pinto, investigado por suspeita de corrupção na Prefeitura de Santo André.

Estaleiro
José Serra, líder em intenções de voto para o governo de São Paulo, seria submetido ontem à noite, no hospital Sírio-Libanês, a cirurgia para correção de uma hérnia epigástrica. A previsão é de uma semana de molho.

Confessionário
Teve ares formais a consulta de Jorge Bornhausen à bancada do PFL na Câmara para escolher o candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin. Cada deputado foi chamado ao gabinete do presidente da sigla para conversa a portas fechadas.

Zona de influência
Enquanto Serra mantém seus homens no primeiro escalão municipal, Gilberto Kassab ganha espaço no governo do Estado. Foi do prefeito a indicação de Antônio de Alcântara Machado Rudge para a pasta dos Esportes. De saída, Lars Grael só soube o nome de seu substituto no dia da transmissão do cargo.

Nacional x local
Crítico estridente da administração Lula, o senador tucano Arthur Virgílio disputará o governo do Amazonas ancorado em uma aliança que poderá incluir, além de PDT, PPS e PV, o apoio informal do PT.

Visita à Folha
José Sarney, senador pelo PMDB do Amapá e ex-presidente da República, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre o petista Tarso Genro, segundo quem a oposição está inflando "artificialmente" a crise do caseiro porque a candidatura de Geraldo Alckmin não decolou:
-Tarso Genro retornou ao ministério para fazer o que sempre foi sua especialidade: falar como se vivesse no mundo da lua na tentativa de ocultar a real natureza do governo Lula.

CONTRAPONTO

Tudo e mais um pouco

Na sexta passada, os pefelistas Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, e Cláudio Lembo, governador do Estado, reuniram-se para firmar uma parceria. Eles iriam assinar, no Edifício Matarazzo, um convênio para garantir ajuda estadual na construção de dois hospitais municipais. Ao lado do senador Romeu Tuma (PFL-SP) e do deputado Ricardo Izar (PTB-SP), Lembo foi informado de que não haveria microfone para o discurso. -O Estado ficou de trazer o som-, brincou Kassab. Bem-humorado, o governador discursou, assinou a papelada do convênio e entregou o documento ao prefeito. Kassab então procurou algo no bolso do terno, mas não obteve sucesso. Foi a deixa para Lembo, que acabara de liberar o dinheiro para as obras do correligionário, fazer piada: -Assim não dá! Além de tudo ainda quer a caneta?


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