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OUTRO LADO
Banqueiro diz ser perseguido e que inclusão é "fraude"
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O controlador do grupo
Opportunity, Daniel Dantas,
disse à Folha que sua inclusão no relatório final da CPI
dos Correios é resultado de
uma perseguição do governo e do PT. Para ele, o motivo por trás do pedido de indiciamento é a disputa pela
Brasil Telecom, a operadora
de telefonia fixa que atua nas
regiões Centro-Oeste e Sul.
"Há uma perseguição do
PT e do governo a mim e ao
Opportunity. Prova disso é
que meu nome não estava
no relatório aprovado e foi
inserido depois de o próprio
Serraglio ter declarado que
não há provas contra mim",
disse Dantas. "Seria mais legítimo que fizessem uma denúncia direta. O que ocorreu
é uma fraude em relação ao
trabalho técnico da CPI, que
durou seis meses. A alteração não tem valor jurídico."
Ele pondera que não ocupava cargos na Brasil Telecom e que o PT não reconhece a existência do mensalão, mas mesmo assim
sustenta que ele era um dos
abastecedores do esquema.
Dantas observa que a decisão de Serraglio foi baseada
em uma auditoria interna da
Brasil Telecom, encomendada pelos atuais administradores da empresa, indicados
pelos fundos de pensão. Os
fundos são adversários do
banqueiro na disputa pelo
controle da tele. Ele diz que a
inclusão de seu nome aconteceu um dia antes de a Justiça do Rio julgar a validade
do acordo "guarda-chuva",
que permite ao Opportunity
comandar a companhia.
O acordo está suspenso
desde 2005 com base em
uma decisão liminar assinada pela juíza Márcia Cunha,
a pedido dos fundos de pensão. "A juíza dá uma liminar
que permite aos meus adversários entrarem na Brasil Telecom. Eles fazem uma auditoria, que diz ter encontrado
pagamentos sem contrapartida. (...) O relator não tinha
encontrado provas contra
mim, mas muda de idéia depois de Luiz Gushiken, que
todos dizem ser ligado aos
fundos, aparecer em um
programa de rádio exigindo
que meu nome constasse do
relatório. Ou seja, é tudo
muito suspeito", diz Dantas.
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