São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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CONSELHO DE ÉTICA

Izar quer influir em escolha de novos membros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), quer influenciar na escolha dos deputados que irão substituir os que renunciaram para protestar contra a absolvição do ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP). Até agora, apenas Orlando Fantazzini (PSOL-SP) e Julio Delgado (PSB-MG) formalizaram a renúncia por escrito. Prometem fazer o mesmo hoje Chico Alencar (PSOL-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Benedito Lira (PP-AL) e os suplentes Cezar Schirmer (PMDB-RS) e Claudio Magrão (PPS-SP). Tendem a recuar da renúncia Nelson Trad (PMDB-MS) e Marcelo Ortiz (PV-SP).
"Vou sugerir algumas pessoas que tenho em mente aos partidos, com sólida formação jurídica e posicionamentos que não sejam radicais", afirmou Izar.
Ao menos no PT, o apelo deve cair no vazio. O partido será o grande beneficiado com o troca-troca, já que em razão do critério de proporcionalidade das bancadas, herdará as vagas de Alencar e Fantazzini. Devem ganhar lugar os deputados Anselmo (RO), que já confessou não ter intimidade com os rituais do conselho, e Paulo Pimenta (RS), expoente radical da tropa de choque do governo.
Izar denunciou ontem uma "orquestração malévola" que tem possibilitado aos deputados envolvidos no escândalo escapar em plenário. Não deu nomes, mas elencou os partidos que estariam participando: PP, PT, PL e parte do PMDB. Convenientemente, deixou de lado seu PTB, que trabalhou pela absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG), em 2005.
Segundo Izar, os membros do órgão erraram ao renunciar. "Compreendo as motivações, mas o caminho não é esse", afirmou Izar, que disse ter ficado "magoado" ao ser surpreendido com a saída em bloco. Ele afirmou acreditar que ainda é possível haver a cassação de parlamentares. Quatro permanecem na fila de julgamento pelo plenário: José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (sem partido-PR).
Hoje a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara decide se concede aposentadoria por invalidez a Janene, que sofre de doença cardíaca. O parecer do deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) defende que o processo de cassação prossiga mesmo que a aposentadoria seja concedida.
(FÁBIO ZANINI)

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