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CONSELHO DE ÉTICA
Izar quer influir em escolha de novos membros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Conselho de
Ética, Ricardo Izar (PTB-SP),
quer influenciar na escolha dos
deputados que irão substituir os
que renunciaram para protestar
contra a absolvição do ex-presidente da Casa João Paulo Cunha
(PT-SP). Até agora, apenas Orlando Fantazzini (PSOL-SP) e Julio
Delgado (PSB-MG) formalizaram
a renúncia por escrito. Prometem
fazer o mesmo hoje Chico Alencar (PSOL-RJ), Carlos Sampaio
(PSDB-SP), Benedito Lira (PP-AL) e os suplentes Cezar Schirmer
(PMDB-RS) e Claudio Magrão
(PPS-SP). Tendem a recuar da renúncia Nelson Trad (PMDB-MS)
e Marcelo Ortiz (PV-SP).
"Vou sugerir algumas pessoas
que tenho em mente aos partidos,
com sólida formação jurídica e
posicionamentos que não sejam
radicais", afirmou Izar.
Ao menos no PT, o apelo deve
cair no vazio. O partido será o
grande beneficiado com o troca-troca, já que em razão do critério
de proporcionalidade das bancadas, herdará as vagas de Alencar e
Fantazzini. Devem ganhar lugar
os deputados Anselmo (RO), que
já confessou não ter intimidade
com os rituais do conselho, e Paulo Pimenta (RS), expoente radical
da tropa de choque do governo.
Izar denunciou ontem uma "orquestração malévola" que tem
possibilitado aos deputados envolvidos no escândalo escapar em
plenário. Não deu nomes, mas
elencou os partidos que estariam
participando: PP, PT, PL e parte
do PMDB. Convenientemente,
deixou de lado seu PTB, que trabalhou pela absolvição de Romeu
Queiroz (PTB-MG), em 2005.
Segundo Izar, os membros do
órgão erraram ao renunciar.
"Compreendo as motivações,
mas o caminho não é esse", afirmou Izar, que disse ter ficado
"magoado" ao ser surpreendido
com a saída em bloco. Ele afirmou
acreditar que ainda é possível haver a cassação de parlamentares.
Quatro permanecem na fila de
julgamento pelo plenário: José
Mentor (PT-SP), Josias Gomes
(PT-BA), Vadão Gomes (PP-SP) e
José Janene (sem partido-PR).
Hoje a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara decide se
concede aposentadoria por invalidez a Janene, que sofre de doença cardíaca. O parecer do deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) defende que o processo de
cassação prossiga mesmo que a
aposentadoria seja concedida.
(FÁBIO ZANINI)
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