São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Tudo a ver

A passagem de Aécio Neves por Brasília impregnou de euforia o PMDB, anfitrião do governador de Minas. Maior entusiasta da idéia de filiá-lo, Henrique Eduardo Alves (RN) já anuncia que o tucano "será o candidato a presidente do PMDB" -ainda que muitos peemedebistas avaliem que ele será, sim, só que do PSDB.
O deputado saiu a campo angariando apoios. Diz ter obtido sinais positivos do PR, do PP e do PTB. De quebra, afirma: nenhum peemedebista assinará a proposta de emenda de Devanir Ribeiro (PT-SP), mesmo que ela não fale abertamente em terceiro mandato. "O Aécio sabe que a hora dele é 2010. Nunca mais terá a conjuntura de ser governador, sair de Minas com 90% de apoio e sem o Lula na cédula", resume Alves.



Direto ao ponto. Presidente da CCJ, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirma que não vai anexar a PEC de Devanir Ribeiro, caso ele consiga as assinaturas necessárias, aos 38 outros projetos que tratam de reeleição. A idéia é designar já um relator e "matar a idéia no nascedouro".

Só assim. Uma obra na parte externa do Senado foi o que produziu mais barulho ontem na moribunda CPI mista dos Cartões. Parlamentares tiveram de interromper depoimentos devido ao som estridente de uma furadeira.

Facão 1. José Aníbal (SP) promoveu uma "limpeza étnica" na liderança do PSDB na Câmara. Numa tacada, mandou embora 27 ocupantes de cargos de confiança. No grupo havia indicados por Arnaldo Madeira (SP), Antonio Carlos Pannunzio (SP), Jutahy Júnior (BA) e Sebastião Madeira (MA), todos da ala serrista, além de pessoas ligadas ao próprio governador paulista.

Facão 2. Aníbal atribui as mudanças à "política interna da liderança". De acordo com o deputado, os demitidos "até agora" não passam de 20.

Estica-e-puxa. O PT, que não desiste de emplacar Antonio Palocci (SP) na relatoria da reforma tributária, arrancou a fórceps de Arlindo Chinaglia (PT-SP) uma garantia de que iria indicá-lo. Ato contínuo, o PR procurou o presidente da Câmara para lembrar que, por acordo, a relatoria é de Sandro Mabel (GO).

Substantivo. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) nega ter chamado de "loucos os colegas de bancada Tião Viana (AC) e Paulo Paim (RS). Diz que criticou a "loucura" de aprovar os projetos de ambos, porque aumentam despesas sem previsão de receita.

Tenho dito. O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, bateu de frente com Fernando Haddad (Educação), que anunciou projeto do governo para destinar recursos do Sistema S à educação profissionalizante de alunos da rede pública. "Se a proposta fosse séria, você teria nos chamado para conversar antes de levá-la à mídia", disse ele ao ministro. Ontem, falando à Frente Parlamentar de Educação, criticou o "estatismo encabulado" da idéia.

Veja bem. Em resposta, a assessoria do MEC diz que "o Sistema S é tão importante, e a crise do ensino médio tão grave, que o debate precisa ser feito com toda a sociedade".

Sabe como é. Em meio à queda-de-braço entre Câmara, que quer limitar as medidas provisórias, e Executivo, que defende o instrumento, parlamentares pedem ao governo uma MP que libere recursos para áreas atingidas por enchentes no Nordeste.

Despertador. Nelson Jobim proibiu apresentações em PowerPoint no Ministério da Defesa. O programa tem embalado o sono de muita gente durante os longos balanços de Dilma Rousseff sobre o andamento do PAC.

Visita à Folha. Marcus Elias, presidente da Parmalat, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Bia Aydar, da MPM Propaganda.

Tiroteio

No mês em que os trabalhadores sentiram a garfada do imposto compulsório, as centrais festejaram os R$ 100 mi anuais que terão para bancar de tudo, até uísque importado.

Do deputado AUGUSTO CARVALHO (PPS-DF), autor da emenda que acabava com a contribuição sindical compulsória, aprovada na Câmara e depois derrubada em nova votação.

Contraponto

Que ele não me ouça

Aécio Neves virou o centro das atenções ao visitar o plenário do Senado no início da noite de anteontem, depois de participar de evento na liderança do PMDB na Câmara. Senadores de diferentes partidos cercaram o governador mineiro, que retribuiu com sorrisos e atenções.
O tucano Tasso Jereissati (CE) conversava numa pequena roda quando o correligionário chegou.
-Vou até ali falar com o futuro presidente-, avisou.
Tasso já se levantava quando foi tomado por um receio:
-Melhor eu falar baixo para o Arthur não ficar bravo!
Arthur Virgílio (AM) quer porque quer disputar com Aécio e José Serra a vaga do PSDB na eleição de 2010.


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